quarta-feira, março 19, 2014

Ministério Público do Trabalho fiscaliza obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante

 Blog cidade News ItaúAs obras do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante estão sob vigilância constante do Ministério Público do Trabalho e da
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Norte (SRTE/RN). A preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores, bem como em garantir condições adequadas no meio ambiente de trabalho, já gerou a assinatura de cinco Termos de Ajustamento de Conduta perante o MPT/RN, sendo dois firmados pelo Consórcio Engeport, dois pela Cortez Engenharia e um com a Empresa de Engenharia Projetos e Consultoria - EEPC, que atuam nas obras. As obrigações foram assumidas sob pena de multas mensais de R$ 15 mil a R$ 20 mil, por cláusula descumprida (confira abaixo).

Irregularidades verificadas em fiscalizações da SRTE/RN, além de denúncias e notícias publicadas em jornais locais, motivaram a atuação do MPT/RN. As medidas exigidas vão desde melhorias de instalações sanitárias, alojamento e higiene até a adoção das devidas proteções coletivas e individuais, com a correta elaboração e implementação do  Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, dentre outras providências. “O atraso da obra não pode ser justificativa para atropelar a segurança, nem para deixar de promover condições dignas de trabalho”, alerta a procuradora regional do Trabalho Ileana Neiva, que acompanha as obras.

Em maio de 2013, a obra esteve embargada por sete dias, após fiscalização que ainda resultou na aplicação de oito autos de infração por parte da SRTE/RN. Dentre os problemas, foi constatado o risco iminente de queda de altura, dos trabalhadores e de material, em toda a estrutura do terminal de passageiros e do viaduto de acesso ao aeroporto, que não contava com proteção adequada. Com as medidas corretivas, a obra foi desembargada, e o Consórcio Engeport convocado para audiência no MPT/RN, na qual assinou o TAC nº 216/2013, com mais de 60 cláusulas relacionadas à saúde e segurança do trabalhador. As construtoras EEPC e Cortez Engenharia também foram convocadas a adotar medidas de proteção e firmaram, respectivamente, os TACs de nº 253/2013  e o nº 152/2013.

O segundo Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo Consórcio Engeport foi devido ao surto alimentar sofrido pelos trabalhadores da obra do aeroporto, em dezembro de 2013, o que foi noticiado em jornais locais. Na ocasião, 60 trabalhadores foram atendidos com sintomas de intoxicação alimentar pela Unidade de Pronto-atendimento (UPA) de Macaíba. Os dados estão nas fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação Compulsória, que foram devidamente preenchidas pela UPA e encaminhadas ao MPT/RN. Com o TAC nº 69/2014, além de melhorar a higiene no preparo dos alimentos, o consórcio terá que doar R$ 70 mil à UPA de Macaíba, como forma de compensação à coletividade, pelo dano causado, e ao Sistema Único de Saúde, que suportou os custos com o atendimento aos trabalhadores. 

Em audiência ocorrida no dia 10 de março, no MPT/RN, a Cortez Engenharia assumiu novas obrigações por meio do TAC nº 68/2014, além daquelas já fixadas no TAC nº 152/2013. Enquanto o compromisso anterior tinha como foco a estrutura de andaimes e a elaboração do PCMAT, as exigências do TAC nº 68/2014 foram detalhadas em 49 cláusulas relacionadas às instalações e dispositivos elétricos, às atividades perigosas, aos equipamentos de transporte vertical, aos equipamentos de proteção individual, às áreas de vivência, ao trabalho em altura e à subcontratação de serviços.

A procuradora regional do Trabalho Ileana Neiva destaca que é preciso redobrar a vigilância para que não haja qualquer descuido capaz de provocar tragédias como as ocorridas nas obras de alguns estádios da Copa do Mundo.  “Para isso, contamos com o olhar atento de toda a sociedade e dos trabalhadores envolvidos, que podem e devem denunciar ao MPT/RN caso haja descumprimento das medidas estabelecidas nos TACs ou qualquer outro desrespeito à legislação trabalhista”, ressalta a procuradora.


Reprodução Cidade News Itaú

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