quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Roupa do PM confere e polícia aguarda os exames residuográfico e de balística

Luizde França foi assassinado quando saía da academia onde trabalhava, no Cidade Satélite. Foto: DivulgaçãoAs investigações continuam mantendo o nome do tenente da PM Iranildo Félix de Souza, como principal suspeito pela morte do professor e lutador de MMA Luiz de França Trindade, de 25 anos. O
militar foi visto com roupa parecida com a do autor dos disparos, na manhã da última segunda-feira (10). Na tarde de ontem, testemunhas foram ouvidas pelo delegado responsável, Silvio Fernando da 11ª DP, entre elas o professor Ademir Júnior, atingido por um dos disparos, que confirmou a informação.

O titular da 11ª DP, afirmou ter conversado com um policial militar no dia do crime que descreveu as características da roupa utilizada pelo tenente na mesma manhã. A informação foi similar a descrita pelo professor de artes marciais Ademir Júnior, em depoimento. Ele estaria vestindo um moleton verde e uma bermuda. O policial militar que viu o tenente na manhã do dia do crime vai ser convocado ainda esta semana para prestar depoimento.

Além do professor, o delegado também ouviu ontem os donos da academia Alta Performance, onde o crime aconteceu.

Exame residuográfico

Tenente Iranildo Félix é suspeito de ter assassinado Luiz de França com nove disparos de pistola. Foto: Reprodução/Facebook
Tenente Iranildo Félix é suspeito de ter assassinado Luiz de França com nove disparos de pistola. Foto: Reprodução/Facebook
Aconteceu na manhã de hoje, no Instituto Técnico-Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep), o exame residuográfico (de balística) com o tenente Iranildo Félix. O exame tem o poder de detectar, se há ou não, partículas de chumbo nas mãos do acusado.

Segundo Lydice Guerra, subcoordenadora de Criminalística do Itep, esse não é o exame ideal para acusar ou inocentar Iranildo. “O exame não é específico nem conclusivo. O suspeito é policial, o que pode ser normal detectar chumbo em suas mãos. O ideal realizar o exame de comparação balística. Nós estamos aguardando as armas chegarem para realizar o procedimento”, disse.

O resultado do exame residuográfico será apresentado em 10 dias. Ainda segundo a perita, o procedimento foi realizado apenas para cumprimento de procedimento do inquérito.

Afastamento

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo, solicitou na tarde de ontem, ao delegado geral da Polícia Civil, Ricardo Sérgio, que fosse designado um delegado especial para investigar o crime contra o professor de MMA, Luiz de França. A solicitação foi feita porque o crime tem como principal suspeito um tenente da PM. “Como um dos suspeitos é um policial militar, pedimos que fosse designado um delegado exclusivo para que o crime seja apurado e a imagem da instituição seja preservada”, afirmou.

Ainda entre os motivos descritos no ofício solicitado pelo comandante, está a necessidade de exclusividade, uma vez que este é o terceiro homicídio registrado nos últimos 15 dias no bairro. “Este foi um crime que gerou certo clamor público, além disso, outros crimes de homicídio estão sendo investigados pela 11ª DP, então eu vejo que há uma necessidade de ser designado um delegado específico para esse caso”, afirmou.

O crime

O crime aconteceu por volta das 9h30 da manhã da última segunda-feira (10), em frente a uma academia em Cidade Satélite, zona sul de Natal. A vítima foi o professor de artes marciais, Luiz de França, 26 anos, morto a tiros por um indivíduo em uma motocicleta. As suspeitas, segundo a Polícia, levam ao nome do tenente Iranildo Félix de Souza.

Segundo informações do capitão da PM Juscelino Martins, o professor tinha terminado de dar aula e saía da academia quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta. Um dos suspeitos atirou nove vezes contra a vítima, com uma pistola ponto 40. O professor caiu em frente da academia e veio a óbito antes da Samu chegar no local.

A informação é que o tenente não gostava das aulas de jiu-jitsu ministradas pela vítima. “Ele criticava a aula e pedia que fosse mais violenta. Segundo testemunhas, Iranildo é visto como um homem de atitudes estranhas”, afirmou o delegado da 11ª DP, Silvio Fernando responsável pela investigação criminal.

O tenente se apresentou à 11ª DP na mesma tarde do dia do crime e negou ao delegado ter participação na execução. A primeira contradição foi relatada em depoimento, quando ele afirmou que por volta das 8h estava em outra academia. Os registros passados pelo estabelecimento ao delegado confirmaram que a entrada foi registrada apenas às 10h08.

Reprodução Cidade News Itaú

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