terça-feira, agosto 20, 2013

Polícia do Paraná afasta três delegados e 15 investigadores acusados de receber propina

O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Braga Farhat, anunciou nesta terça-feira (20) o afastamento temporário das funções de três delegados, um agente e 15 investigadores acusados pelo MPE (Ministério Público Estadual) de receber propina para permitir que depósitos de ferro-velho suspeitos de receptar e desmanchar carros roubados operassem livres de fiscalização policial.

Os 19 passarão a exercer "funções administrativas, burocráticas, sem participação em investigações e no dia-a-dia policial", informou a corporação. Os salários seguirão sendo pagos normalmente.

Deixam os cargos os delegados Gerson Alves Machado, que era titular da delegacia de Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba), Anderson Cassio Ormeni Franco, da delegacia de Estelionatos da capital, e Marco Antonio de Goes Alves, que comandava o 10º Distrito Policial, em Curitiba.

O agente e os investigadores eram vinculados à DFRV (Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos). Acusado pelo MPE de liderar o esquema criminoso, o ex-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio, delegado Luiz Carlos de Oliveira, foi afastado desde a eclosão da Operação Vortex, em abril passado, que revelou o esquema.

Desde então, ele também cumpre expediente em funções burocráticas.

"Simplesmente afastá-los seria um prêmio. Eles vão cumprir funções administrativas, com horário e expediente", disse Farhat nesta terça, em entrevista coletiva à imprensa.

A reportagem procurou os advogados que defendem os delegados afastados, via Adepol (Associação de Delegados de Polícia do Paraná), mas não obteve retorno até o fechamento deste texto, às 18h.

O caso
A Operação Vortex embasa denúncia apresentada à Justiça pelo MPE no último 15. Dela, fazem parte provas como um livro-caixa com anotações de pagamentos recebidos, depoimentos e gravações em vídeo que, segundo os promotores, comprovam 24 fatos criminosos, que incluem extorsão, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.

"Os policiais montaram situação com propósito de pegar dinheiro. Tinham uma caixa com cobranças mensais, que giravam R$ 30 mil mensais, e ocasionalmente pagamentos de quantias mais significativas, de R$ 50 mil", afirmou o promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPE.

A denúncia que resultou da operação Vortex é a segunda crise deflagrada em poucos meses na Polícia Civil paranaense.

Os envolvidos foram procurados, mas ainda não se manifestaram.

Reprodução Cidade News Itaú

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