segunda-feira, agosto 19, 2013

Arábia Saudita pede que Ocidente não pressione Egito contra violência


A Arábia Saudita alertou o Ocidente para não pressionar o governo militar egípcio a parar com a repressão aos apoiadores do presidente islamita deposto, Mohamed Mursi.

"Não conquistaremos nada por meio de ameaças", disse o ministro das Relações Exteriores do país, o príncipe Saud al-Faisal, durante visita a Paris, após encontrar o presidente francês François Hollande. Na quinta-feira, Hollande pediu o fim do estado de emergência imposto pelas autoridades militares egípcias.

Os ministros das relações exteriores da União Europeia se reuniram em Bruxelas nesta semana para discutir que passos tomar após a repressão violenta, desde quarta-feira, aos apoiadores de Mursi, deposto por um golpe militar em 3 de julho. Mais de 800 pessoas morreram.

"Se a situação acalmar, tudo bem. Caso contrário, se a violência continuar, podemos e provavelmente devemos tomar decisões", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, em entrevista à TV francesa.

Segundo Fabius, seria difícil cortar auxílio financeiro, já que a União Europeia contribui para que "os egípcios comam e recebam tratamento médico". Entretanto, avaliou, "empréstimos são mais fáceis de cortar".

Tanto Hollande quanto o ministro saudita pediram por novas eleições no Egito. O Exército do país já prometeu eleições presidenciais no plano de transição feito após a derrubada de Mursi.

Os Estados Unidos fizeram críticas duras à violência e cancelaram exercícios militares conjuntos que ocorreriam no próximo mês. Mas Washington não cortou os US$ 1,3 bilhão em apoio militar e cerca de US$ 250 milhões em auxílio econômico que oferecem ao Egito.

A Arábia Saudita era um aliado próximo do ex-líder egípcio Hosni Mubarak, derrubado por um levante popular em 2011 que levou a Irmandade Muçulmana de Mursi ao poder, e há muito teme que a ideologia do grupo islâmico se espalhe pelas monarquias do Golfo Pérsico.

Na sexta-feira, o rei saudita Abdullah conclamou os árabes a se unirem contra "tentativas de desestabilizar" o Egito, numa mensagem de apoio aos militares egípcios e um claro ataque contra a Irmandade.

Reprodução Cidade News Itaú

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