quarta-feira, julho 31, 2013

Maquinista falava ao telefone com controlador de ferrovia na Espanha

O maquinista do trem que descarrilou na última quarta (24) em Santiago de Compostela, na Espanha, olhava um mapa e buscava informações por telefone sobre o trajeto entre Ourense e Ferrol no momento do acidente, que deixou 79 mortos e 130 feridos.

As informações foram obtidas a partir das gravações das caixas-pretas do veículo, divulgadas pela Justiça da comunidade autônoma da Galícia nesta terça-feira. De acordo com os registros, o trem trafegava a 192 km/h e, segundos antes do acidente, um freio foi ativado e diminuiu a velocidade para 153 km/h.

A partir das gravações, a polícia pôde verificar que Francisco José Garzón Amo conversava com funcionários da Renfe, empresa estatal que controla o serviço na Espanha. Minutos antes de descarrilar, ele recebeu uma ligação de um controlador indicando o caminho que deveria seguir para chegar a Ferrol, destino final do trem.

Durante a chamada, era possível ouvir o barulho de papel, como se o maquinista consultasse um mapa ou outro documento similar. Em seguida, a gravação é interrompida pelo ruído provocado pelo descarrilamento. A informação sobre a velocidade coincide com a revelada por fontes da investigação na última quinta (25).

Na ocasião, o maquinista disse que estava a 190 km/h no momento do acidente. No domingo (28), Garzón reconheceu que havia ultrapassado o limite ao entrar na curva, cuja velocidade máxima é de 80 km/h, "por uma distração sua".

Ele afirmou que achava se encontrar em outro ponto do trajeto, onde velocidades maiores seriam permitidas. Quando percebeu que estava na curva de Angrois, tentou frear, mas já era tarde demais. Garzón teve sua licença para conduzir trens cancelada até fevereiro, assim como seu passaporte.

O acidente da última quarta (24) foi o segundo mais grave da história da Espanha e um dos com maior número de mortos da Europa. Dentre os mortos, estavam os brasileiros Fabio Cundines Antelo, 25, e Marcia Suárez Peña, 48, ambos com dupla nacionalidade.

Reprodução Cidade News Itaú

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