quarta-feira, abril 17, 2013

Marin repete era Teixeira e usa anúncios estratégicos para abafar crise


José Maria Marin assumiu CBF em 2012, após renúncia de Ricardo Teixeira
Sucessor de Ricardo Teixeira na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin assumiu a entidade em 2012 prometendo seguir o que era feito pelo ex-presidente. No que diz respeito ao comportamento em momentos de crise, a promessa foi cumprida, como pôde ser notado nesta terça-feira.

Prevista para ser anunciada nesta quarta-feira no site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a convocação da seleção brasileira que enfrenta o Chile acabou antecipada, com a lista sendo divulgada na terça. O anúncio aconteceu no dia em que Marin esteve sob foco da imprensa, envolvido em uma denúncia de superfaturamento na compra de prédio da nova sede da entidade, divulgada em reportagem do jornal "Folha de S. Paulo".

Por meio de sua assessoria de comunicação, a CBF informou que a antecipação da lista foi decidida na terça-feira. "Os jornalistas estavam lá (na sede da CBF), o Felipão também e a lista já estava definida. Resolvemos antecipar. Não tinha porque esperar", afirmou a entidade. A imprensa estava no local para acompanhar a assembleia que aprovou as contas da entidade.

A divulgação de decisões ou mudanças importantes em momentos nos quais o comando da CBF passava por uma crise foi praxe na era Ricardo Teixeira. O cartola renunciou à presidência da entidade em março de 2012. Envolvido em denúncias de corrupção, ele disse ter abandonado o cargo por problemas de saúde. Desde então, vive na Flórida, nos Estados Unidos.

Em pelo menos dois episódios antes de Teixeira deixar a CBF, a entidade anunciou decisões que tiveram repercussão na mídia, em momentos em que o cartola estava no foco da imprensa.

Em 2010, quando Teixeira apoiou o candidato de oposição Kleber Leite derrotado na eleição do Clube dos 13 para Fábio Koff, a CBF divulgou que a Taça das Bolinhas seria entregue ao São Paulo.  A posse definitiva do troféu caberia ao primeiro clube que ganhasse cinco títulos do Campeonato Brasileiro. Como a conquista flamenguista de 1987 era contestada pela CBF, a entidade decidiu dar a taça para o clube paulista, que chegou ao pentacampeonato em 2007. Flamengo e São Paulo apoiavam a candidatura de Koff.

Segunda ficha de acusação de Abreu Sodré contra Marin 

Em outro caso, poucos meses antes de deixar o cargo, Teixeira usou mais uma decisão sobre títulos já disputados para abafar as notícias de que a Fifa iria divulgar documentos do caso ISL, que comprovavam que o dirigente tinha recebido propina da empresa suíça.

Na época, em dezembro de 2011, a CBF divulgou um novo ranking de clubes, computando os títulos da Taça Roberto Gomes Pedrosa e da Taça Brasil, torneios nacionais disputados nos anos 60. O assunto virou tema e tirou do foco da crise da ISL por alguns dias, mas não impediu que a questão se alastrasse até provocar o isolamento e queda de Teixeira.

Reprodução Cidade News Itaú

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