domingo, abril 28, 2013

Divisão especial é reativada com estrutura tímida e local improvisado


Após ter sido desativada por falta de policiais, viaturas e até de uma sede própria, a unidade especial da Polícia Civil que funcionava no interior voltará a trabalhar. A Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE) recomeça com uma estrutura tímida, funcionando em um espaço improvisado. Seu foco de atuação será o combate ao tráfico de drogas, crimes de homicídios e roubo, apoiando as investigações que já estão sendo feitas nas delegacias especializadas de Mossoró. A suspensão durou quatro meses.
A unidade será dirigida pelo delegado Renato Oliveira, que por anos foi responsável pela Polícia Civil em Apodi e outras cidades circunvizinhas. Ela começa a funcionar com apenas cinco agentes e duas viaturas, em salas cedidas pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), que funciona no bairro Abolição IV (zona oeste). A nomeação dos agentes foi publicada na semana passada e a expectativa do delegado Renato Oliveira é que os trabalhos sejam iniciados já nos próximos dias. Ele lembra, porém, que é preciso ainda ajustar alguns detalhes, como mobiliar e equipar a delegacia.
Embora ainda esteja em fase embrionária, o trabalho da nova Divipoe já tem seu foco: combater o tráfico de entorpecentes, os crimes de homicídio e os roubos. São três áreas que têm tirado o sossego da sociedade mossoroense e chamado a atenção do delegado. Atualmente, esses três tipos de crimes são investigados pelas delegacias especializadas em Narcóticos (DENARC), Homicídios (DEHOM) e Furtos e Roubos (DEFUR). A Divipoe vai atuar em conjunto com essas delegacias, partindo do zero. Renato ressalta que não tem nenhum caso para investigar, o que dinamizará o seu trabalho.
“O objetivo principal é tentar prender esse pessoal que está cometendo esses homicídios e também os assaltos. Vamos atuar especificamente contra o tráfico, homicídio e os roubos, dando apoio às delegacias que já investigam esses crimes”, explica o delegado, mostrando-se otimista com a nova função que assumiu. Antes da DP de Apodi, Renato já atuou em várias outras delegacias da cidade. Em Mossoró, por exemplo, teve trabalho reconhecido à frente da Defur. Ele não explicou, no entanto, como será esse “apoio”, ressaltando que espera melhorias estruturais prometidas à Divisão.
Segundo Renato, o atual diretor da Polícia Civil, delegado Fábio Rogério, já teria lhe garantido que essa estrutura tímida será reforçada no decorrer dos próximos meses. A expectativa é que novos policiais que serão convocados e alguns deles sejam designados para recompor a equipe da Divipoe. A promessa, aliás, estende-se a outras delegacias da cidade que também enfrentam problemas estruturais, como a Defur, Dehom e Denarc. “A promessa que temos é que a delegacia será reforçada, assim como as outras da região”, adianta Oliveira, mostrando otimismo de que os resultados podem vir.

Estruturas diferentes
A Divipoe está sem funcionar desde o fim do ano passado, quando o seu ex-diretor delegado Odilon Teodósio entregou o cargo e voltou para Natal. Ele havia sido transferido da Delegacia Especializada em Narcóticos (DENARC) da capital do RN para a Divipoe.
Sua missão era recuperar a Divisão, que estava ativa, mas não apresentava resultado havia anos. Com total respaldo da Delegacia Geral de Polícia Civil (DEGEPOL), responsável pela instituição no RN, a equipe passou a realizar grandes trabalhos, contando com estrutura jamais vista pelos policiais no interior norte-rio-grandense.
Os primeiros resultados logo começaram a surgir. Operações de grande porte, que até haviam sido esquecidas no interior do Estado pela maioria das cidades, começaram a ser deflagradas pela Divipoe.
Diferente da estrutura que foi dada ao atual diretor, o delegado da capital veio para Mossoró com “força total”. A Divipoe foi reformulada e passou a trabalhar com três delegados e dez agentes, além de três novas viaturas disponíveis.
Da capital, o delegado conseguiu também, junto à Degepol, equipamentos que eram utilizados pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil do RN, disponíveis apenas para Natal.
Até então, para terem acesso a esses mecanismos, os policiais do interior precisavam literalmente entrar numa fila de espera, que muitas vezes colocava em risco a investigação.
Essa relação não durou muito tempo. Segundo o que foi apurado pela reportagem, a parceria entre o diretor da Divipoe e a Delegacia Geral de Polícia Civil acabou por criar problemas de relacionamento entre os seus administradores.
Aos poucos, todos os policiais que estavam lotados na unidade foram sendo transferidos. A maioria deles voltou para a capital, de onde haviam sido retirados. Os equipamentos que haviam sido trazidos para formar um setor de inteligência no interior também foram devolvidos para a capital.
Até o prédio onde funcionava a delegacia foi devolvido. Era uma casa no bairro Nova Betânia (zona norte), que havia sido alugada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED). Por falta de pagamento, o prédio terminou sendo devolvido.

Reprodução Cidade News Itaú

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