Aeroportos médios ampliaram sua participação no mercado, mas o número de destinos atendidos pela aviação comercial regular está em queda. Como explicar? A resposta está na precária infraestrutura, que impede as empresas de investirem nas cidades médias. Mossoró é exemplo típico.
É a opinião de Vitor Celestino, diretor de relações institucionais da Azul Trip, empresa que tem impulsionado o mercado aéreo regional no País.
Para ele, Mossoró está dentro dos 75 destinos com potencial para receber voos regulares, mas onde projetos de investimento esbarram na precária infraestrutura.
A cidade foi citada por ele em declaração publicada ontem, 11, no jornal Folha de S. Paulo.
Apesar das dificuldades encontradas nesses locais, a aviação brasileira “caminha para uma maior regionalização”, comentou o jornal.
A reportagem se baseou em levantamento da Lunica Consultoria em Aviação, segundo a qual aeroportos médios e pequenos apresentam representativo aumento nos últimos anos.
Os primeiros, que recebem entre cinco e dez milhões de passageiros ao ano, cresceram 21% ao ano em média. Já os pequenos aeroportos, com menos de cinco milhões de passageiros ao ano, tiveram alta de 16% ao ano.
Em contrapartida, a média de crescimento dos quatro maiores aeroportos do Brasil – Congonhas, Guarulhos, Galeão e Brasília – foi de apenas 9% desde 2008.
A Folha cita ainda outro estudo, da consultoria Bain&Co, na qual o Brasil aparece como próximo dos Estados Unidos em termos de aviação regional em relação ao mercado doméstico.
Aqui, a participação saltou de 4,58% para 6,1% entre 2008 e 2011 e, nos EUA, a aviação regional representa 9,86% do mercado.
Em resumo, o mercado aéreo regional tem se tornado cada vez mais atrativo.
Renato Fernandes, secretário de estado do Turismo, tem dito em entrevistas que o governo pretende investir R$ 50 milhões no aeroporto Dix-sept Rosado, para reformas infraestruturais.
Esse seria um modo de suprir a lacuna de mercado existente de maneira temporária.
Um projeto de longo prazo, porém, já estaria em curso: a construção de um novo aeroporto, maior e mais moderno, que dotaria a cidade de uma estrutura equiparável a seu potencial.
Tais aportes foram anunciados há quatro meses, sem nenhuma medida prática até o momento.
Ontem, 11, pela manhã, a reportagem tentou contato com o secretário, sem sucesso.
MERCADO REGIONAL NORDESTINO
Ao contrário de Mossoró, cinco cidades do interior do Nordeste têm boa infraestrutura e apresentaram excelente movimentação de passageiros em 2012.
De acordo com a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), os principais aeroportos fora de capitais na região estão em Ilhéus (BA), Petrolina (PE), Juazeiro do Norte (CE), Imperatriz (MA) e Campina Grande (PB). Juntos, elas movimentaram mais de 1,8 milhão de passageiros.
Reprodução Cidade News Itaú
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