terça-feira, março 26, 2013

Chefe dos bombeiros de Santa Maria diz que delegado mentiu em inquérito


Rafael Happke /Futura Press/Estadão ConteúdoDelegado foi chamado de justiceiro por chefe dos bombeiros
O comandante regional do Corpo de Bombeiros de Santa Maria (RS), tenente-coronel Moisés Fuchs, fez declarações polêmicas em relação ao delegado Marcelo Arigony na última segunda-feira (25). Ele entregou uma carta ao presidente da Comissão dos Vereadores sobre o incêndio na boate Kiss em que se refere a Arigony como justiceiro e herói.

Fuchs foi apontado no inquérito policial por ter permitido a entrada de civis na boate para ajudar no resgate, sendo que cinco delas teriam morrido. A Polícia Civil informou que existem indícios de que ele tenha praticado homicídio culposo, sem intenção de matar, e improbidade administrativa.

Na carta, o tenente se defende da acusação dizendo que “Desafio este herói nacional a vestir o equipamento de bombeiro, e depois disso tentar incentivar, demover ou motivar qualquer pessoa, a um metro de distância, a tomar qualquer atitude, principalmente de evitar qualquer pessoa de tentar achar de fazer o que é certo, isto em qualquer lugar que ele indicar, e não nas condições que se apresentavam no momento”.

Em outro trecho, ele afirma “Ou o delegado não sabe contar ou não sabe ler, pois o mesmo assina um relatório onde indica 21 aparelhos autônomos de respiração, sendo que militar não alega, ele declara à luz do que sabe, e tivesse esse justiceiro solicitado a carga de equipamentos de bombeiros, teria comprovado, por documentos, se eles existem ou não”.

O delegado Marcelo Arigony disse que não vai se pronunciar sobre o comportamento do tenente. Ele afirmou que o inquérito foi concluído e agora cabe ao Ministério Público se pronunciar sobre o caso.

Inquérito


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou 16 pessoas pelo incêndio na boate Kiss. O inquérito, composto por 13 mil páginas divididas em 52 volumes, foi entregue na 1ª Vara Criminal pelos delegados Marcelo Arigony e Sandro Meinerz na última sexta-feira (22).

Ao todo, 810 pessoas foram ouvidas pela polícia nos últimos 54 dias, entre investigados, testemunhas e parentes de vítimas.

Segundo Arigony, 35 pessoas foram apontadas na investigação com indicativos de responsabilizações. Desse total, houve 16 indiciamentos criminais, dez indícios de crime, nove casos irão para a Justiça Militar e um irá para o Tribunal de Justiça. Nove pessoas foram apontadas por crimes de improbidade administrativa e devem ser investigadas pela Justiça. Entre elas, além do prefeito, o comandante regional do Corpo de Bombeiros da cidade, o coronel Moisés Fuchs.

Reprodução Cidade News Itaú

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