sábado, fevereiro 02, 2013

O futuro roubado dos jovens de Santa Maria


Capa - Edição 767 (Foto: Reprodução)
>>Trecho da reportagem de ÉPOCA desta semana que está nas bancas  

Tragédias em que vidas são arrancadas de forma violenta – incêndios, desastres aéreos, acidentes rodoviários – marcam tristemente as épocas e os lugares em que ocorrem. Por muito tempo os brasileiros se lembrarão do incêndio da boate Kiss em Santa Maria – assim como as imagens do fogo destruindo o Gran Circo Americano, em Niterói (1961), ou o Edifício Joelma, em São Paulo (1974), ainda assombram os que viram tais catástrofes ao vivo ou pela televisão. A tragédia de Santa Maria teve um componente extra de crueldade: a maior parte de suas vítimas era muito jovem. Dos 235 mortos até o fechamento desta edição, 172 tinham menos de 35 anos. Entre eles, os irmãos Mirela Rosa da Cruz, de 21 anos, e José Manuel, de 18, que aparecem na reportagem da edição 767 – ela retrata também a tristeza dos que sobreviveram e têm de lidar com a dor da perda.

É uma dor que se propaga em ondas. Ao longo da semana, o país se solidarizou com os pais que viveram a provação mais terrível – enterrar seus filhos. Soa sempre absurdo quando vidas são abreviadas antes de realizar todo o seu potencial. Em parte por causa desse tipo de choque, artistas que morrem jovens – como o ator James Dean (morto aos 24 anos num desastre de carro), a cantora Amy Winehouse (aos 27, de overdose) e, no Brasil, a atriz Leila Diniz (aos 27, em desastre de avião) – se tornam mitos instantâneos. Fica a sensação de que eles teriam muito mais a criar em suas áreas. O que dizer então de jovens que ainda nem haviam iniciado sua vida profissional, aqueles que estavam na boate Kiss? Pode-se dizer que, de certa forma, seu futuro foi roubado na madrugada do dia 26 para o dia 27 de janeiro.







Reprodução Cidade News Itaú

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