quarta-feira, janeiro 09, 2013

Polícia detalha perícia em órgãos da fisioculturista morta em Natal


Fabiana Caggiano era campeã de fisioculturismo (Foto: Reprodução/Facebook)Fabiana Caggiano era campeã de fisioculturismo
(Foto: Reprodução/Facebook)
Parte dos órgãos da fisioculturista paulista Fabiana Caggiano Paes, de 36 anos, morta em Natal no último dia 2, passa por dois trabalhos periciais distintos e que poderão contribiur para o detalhamento das circunstâncias que a levaram à morte. O fígado e os pulmões dela foram extraídos durante o exame necroscópico realizado pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep/RN), de acordo com o médico legista Manoel Marques, coordenador de Medicina Legal. O fígado permaneceu no Instituto para análise químico-toxicológica e os pulmões foram encaminhados ao Hospital Giselda Trigueiro, onde passam por procedimentos de estudos patológicos.
Além dos exames de visualização externa dos órgãos extraídos, uma análise interna dos pulmões e fígado será feita a partir de microcortes cistológicos e aplicação de corantes. De acordo com o bioquímico Fabrício Fernandes, que é perito do Itep, o fígado de Fabiana passa por uma análise bioquímica que consiste num processo de extração de partes do órgão para pesquisa de presença de psicofármacos (drogas sedativas e alucinógenas) e inseticidas de venenos (agentes que alteram ou destroem funções vitais). 

A partir da extração, os pedaços do órgão passarão pelo processo de cromatografia (dosagem e identificação de substâncias) em camadas delgadas. "Com esse exame é possível identificar a ingestão de drogas diversas e qual o tipo de alucinógeno presente na substância", detalhou Fabrício Fernandes. Ainda de acordo com o perito, o processo demora entre 10 e 30 dias, dependendo do perfil de perícia solicitado. No caso do órgão de Fabiana Caggiano, a análise em curso é a mais complexa, devido aos questionamentos periciais que envolvem a morte da atleta.
No caso dos pulmões, que foram levados para o Hospital Giselda Trigueiro para serem periciados por um toxicologista, será realizada uma análise anatômica e patológica do órgão. Conforme detalhado por Fabrício Fernandes, os pulmões foram colocados em formol para serem conservados por um período maior de tempo. Em seguida, serão realizados microcortes cistológicos e cloração de parte delas para que sejam submetidas à análise microscópica. "Esta análise confunde-se com uma biópsia. Ela identifica problemas no órgão, lesões diversas e pode contribuir para a definição da causa mortis", comentou o perito. Este procedimento, diferente do anterior, leva entre 7 e 10 dias para ficar pronto.

Delegado Frank Albuquerque (Foto: Anderson Barbosa/G1)Delegado Frank Albuquerque
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
São Paulo
O delegado Frank Albuquerque, que investiga a morte de Fabiana Caggiano, deve ir ao Sudeste para ouvir duas testemunhas. De acordo com ele, duas pessoas que residem em São Paulo estavam hospedadas no mesmo hotel em que Fabiana ficou com parentes e o marido, o empresário Alexandre Paes.
Ainda segundo o delegado, a viagem a São Paulo ainda não tem data para ocorrer, mas deve ser em breve.  "Estou apenas aguardando a polícia paulista localizar os endereços dessas duas pessoas e intimá-las para marcar minha ida", afirmou Albuquerque.

Testemunha-chave

O delegado Frank Albuquerque contou ao G1 que ouviu, no início da semana, o homem que ocupou o apartamento vizinho ao quarto 505 do Hotel Arituba, onde estiveram hospedados Fabiana e o marido dela, o empresário paulista Alexandre Furtado Paes. Segundo o delegado, o interrogatório do hóspede, considerado testemunha-chave na investigação, aconteceu em Pernambuco. “Ele confirmou ter ouvido o marido tentando reanimar a esposa, dizendo 'respira, respira, acorda, acorda, acorda', mas negou ter ouvido gritos ou qualquer som que indicasse uma briga, discussão ou luta corporal entre o casal”, revelou o delegado.
Ainda segundo Frank, o testemunho do hóspede contraria o depoimento prestado por uma funcionária do hotel, que afirmou ter conversado com o pernambucano, ocasião em que este teria dito a ela ter ouvido sons de uma suposta briga envolvendo o casal na manhã do dia 27, momento em que Alexandre afirma que Fabiana sofreu uma queda no banheiro e desmaiou sem motivo aparente. “Não posso concluir nada com este depoimento do hóspede. O interroguei e ele contou que só deu pra ouvir o marido tentando reanimar a Fabiana. Depois, ele disse que ouviu o barulho do box do banheiro quebrando e também escutou Alexandre pedindo socorro”, revelou om delegado, sem dar mais detalhes do depoimento.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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