sexta-feira, dezembro 21, 2012

Diretora de colégio estadual suborna alunos e é exonerada


A diretora do Ciep Liuz Carlos Veroneze, em Friburgo, foi exonerada pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) após ser filmada subornando alunos para fazerem a prova do Saerj. No primeiro vídeo que os estudantes postaram no YouTube (veja acima), Sirlene da Cruz Figueira aparece oferecendo dinheiro a eles com a condição de fazerem o exame de avaliação do governo estadual. No segundo, a diretora é filmada entregando R$ 90 aos alunos após o teste. De acordo com a Seeduc, a diretora confirmou as irregularidades e, além da exoneração, foi instaurada uma sindicância, com prazo de conclusão de 45 dias.

Já no primeiro vídeo, Sirlene se mostra preocupada em ser denunciada e pede que os alunos ajam com discrição “Porque depois, podem vir me denunciar dizendo que eu tô pagando vocês... Vocês vão dividir, mas não na rua. Esse negócio de Saerj... vocês viram o que fizeram com o diretor lá... cancelaram do Rio inteiro... acho que não precisava de tanto. Era só cancelar. Então, depois, podem usar isso como arma contra mim”.

Sirlene se referia à prova do Saerj que fora cancelada há um mês depois que a diretora do Colégio Estadual João Kopke, em Piedade, violou os lacres de um dos modelos da prova de Português para o 3º ano do ensino médio. Na ocasião, a Seeduc também exonerou a diretora, abriu sindicância e inquérito administrativo e policial para apurar a violação, antes da hora do exame. Apesar de a fraude ter sido em apenas um dos 21 modelos diferentes, o que atingiria um universo de 10 mil alunos, a secretaria achou melhor anular os testes de todos 130 mil estudantes da série.

No fim do primeiro vídeo, um estudante questiona Sirlene se o valor pago seria R$ 90. “Noventinha, profesora pra nós dividirmos?”, pergunta o aluno. A diretora confirma o pagamento: “ É... Para mim, seria melhor comprar o prêmio. Mas vou ter que dar do meu. Porque na escola tem que dar tudo com nota. Mas não ligo, vocês merecem. Até porque vocês vão fazer prova duas vezes, mas vocês não têm culpa se alguém fez alguma coisa errada. Vocês estão vindo como meu pedido”. No segundo vídeo, ela aparece contado e entregando o dinheiro aos alunos. “Cinquenta, setenta, noventa. Tô dando pra vocês como presente de formatura”, diz Sirlene.

Em nota, a Seeduc informa que, “por entender que o ato da gestora não interferiu no desempenho dos alunos nas provas do Saerj, o resultado - previsto para ser divulgado no primeiro semestre - não sofrerá prejuízos. Cada escola recebe bônus de acordo com a sua realidade. É necessário esclarecer que, para receber a bonificação, as unidades precisam cumprir o currículo mínimo, participar das avaliações e lançar as notas na internet dentro dos prazos. Os docentes também têm que cumprir a exigência individual de frequência mínima de 70% durante o ano letivo. Esclarece-se, portanto, que o Saerj não é a única forma de garantir a bonificação, que pode chegar a até três salários a mais”.

O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, classificou o caso como inaceitável.

— É inadmissível qualquer ato de fraude ou corrupção. Não há motivo que justifique isso. Esses não são exemplos que os jovens merecem — disse Risolia

Apesar de ser o segundo caso de fraude envolvendo o Saerj em um mês, a Seeduc acrescenta que “não há informações de que tal prática tenha ocorrido em outras unidades escolares”.

Fonte: Agência O Globo/Cidade News Itaú

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