sexta-feira, novembro 23, 2012

Ministério Público do Acre denuncia 22 pessoas acusadas de pedofilia


O Ministério Público do Acre apresentou denúncia junto à 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco no Tribunal de Justiça nesta quarta-feira (21) contra 22 pessoas acusadas de envolvimento com a exploração sexual de menores.

O inquérito policial com mais de 70 páginas contendo depoimentos, vídeos, fotos e cerca de 3.000 horas de grampos telefônicos autorizados pela Justiça é resultado de investigações da Operação Delivery. O processo corre em segredo.

Na denúncia, o MPE deixa bem claro a formação de quadrilha na fronteira brasileira do Acre com a Bolívia para explorar mulheres e 25 meninas e meninos, com idade entre 14 e 18 anos. A rede de prostituição e de agenciadores era formada por sete pessoas.

“Para convencer as jovens que foram inseridas na rede de prostituição e exploração sexual, os denunciados do núcleo de agenciadores se aproveitavam da situação desprivilegiada do ponto de vista econômico dessas jovens e começavam a assediá-las, prometendo-lhes vantagens financeiras, caso realizassem os 'programas' com os denunciados do núcleo de usuários da rede, bem como as incentivando ao consumo de bens materiais. Cada garota poderia receber de R$ 40 até R$ 2.000 pelo sexo com os clientes. Alguns agenciados atuavam há pelo menos 10 anos”, disse o MPE no inquérito.

A denúncia é assinada pelo promotor Mariano Jeorge de Sousa Melo, titular da 1ª Promotoria de Justiça Cível.

Tráfico de pessoas
A ação penal trouxe, ainda, elementos de informação quanto ao tráfico internacional de pessoas para a Bolívia. As investigações a partir de agora serão realizadas pela Polícia Federal. “Existem indícios de que existiam meninas que eram levadas para fora do país, talvez além da Bolívia, e quem sabe para Europa e EUA. Mas tudo isso precisa ser investigado”, disse ao UOL o delegado Nílton Cesar Boscaro, responsável pela operação policial.

A Operação Delivery é resultado de um trabalho conjunto entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Acre. No dia 17 de outubro, foram presos os principais integrantes da quadrilha. Todos foram monitorados 24 horas por dia durante quatro meses.

No dia 2 de novembro, o juiz Romário Divino pediu a prisão dos pecuaristas Adalho Cordeiro Araújo, 79, e Assuero Doca Veronez, 62, ex-vice-presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). Assuero foi afastado do cargo. Os dois pecuaristas foram acusados de pagar programas sexuais de menores de idade, alimentando a rede de prostituição descoberta pelas policiais.

Após duas tentativas de habeas corpus, Assuero e Adalho conseguiram a liberdade três dias após serem presos. Foi o desembargador Francisco Djalma que concedeu a soltura. Porém, os dois acusados ficaram impedidos de sair da capital do Acre. A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça analisa nos próximos dias se os dois pecuaristas continuam soltos ou retornam à prisão até o desenrolar do processo.

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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