segunda-feira, outubro 22, 2012

Exército do Líbano se mobiliza em bairros sunitas de Beirute



O Exército do Líbano se mobilizou nesta segunda-feira (22) nos bairros sunitas da capital, Beirute, onde enfrentou homens armados, e o líder da oposição, Saad Hariri, mostrou-se decidido a derrubar o governo de seu rival Najib Mikati.
Em um comunicado, o Exército manifestou sua determinação de 'restabelecer a segurança e preservar a paz civil' no país, e indicou que matou o palestino Ahmad Quaider (de 20 anos), que disparou contra uma patrulha no sudoeste da capital.

Os soldados se mobilizaram em Tariq al-Jdidé e nos bairros vizinhos, redutos dos partidários de Saad Hariri, e todas as avenidas foram abertas na capital
Durante a manhã, os soldados foram alvo de disparos de homens armados quando tentavam reabrir a estrada que conduz a Tariq al-Jdidé. O Exército respondeu com tiros, constatou um jornalista da AFP.

Integrante do Hezbollah se posiciona em telhado de prédio em bairro xiita de Beirute, capital do Líbano, nesta segunda-feira (22) (Foto: AP)
Integrante do Hezbollah se posiciona em telhado de prédio em bairro xiita de Beirute,
capital do Líbano, nesta segunda-feira (22) (Foto: AP)

'O Exército tomará medidas enérgicas, sobretudo nas regiões onde há confrontos sectários, para impedir que o Líbano se transforme novamente em um campo de batalha para solucionar disputas regionais', advertiu o Exército.
Temendo uma situação de caos, os embaixadores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU pediram 'união nacional'.
O Líbano é um país multiconfessional onde cristãos, sunitas e xiitas representam cada qual um terço da população. Se a maioria dos sunitas é hostil ao regime sírio de Bashar al-Assad, pelo contrário, a maioria dos xiitas o apoia. A comunidade cristã está dividida.
Por sua vez, o Exército pediu que os dirigentes políticos libaneses 'sejam ponderados na expressão de suas posições e de suas ideias (...), já que o destino do país está em jogo'.
No domingo, o funeral de um dos chefes da segurança libanesa, um sunita próximo a Saad Hariri e inimigo jurado do governo sírio, se transformou em manifestação violenta contra o primeiro-ministro Mikati, depois que um dirigente da corrente de Hariri pronunciou um discurso inflamado, acusando-o de encobrir este crime.
Embora o chefe de governo e vários ministros sejam sunitas, o atual gabinete é dominado por aliados do xiita Hezbollah, movimento armado próximo à Síria e ao Irã.
Durante a noite, o Exército havia perseguido homens armados em Tariq al-Jdidé, no oeste de Beirute, onde foram ouvidas rajadas de armas automáticas e explosões de foguetes antitanques, segundo uma fonte da segurança.
De acordo com uma fonte oficial, seis pessoas ficaram feridas, entre elas um sírio e um palestino.
Em Trípoli, no norte do país, uma mulher alauita e quatro jovens sunitas morreram nesta segunda-feira, e outras onze pessoas ficaram feridas em confrontos entre um bairro de maioria aluita, a confissão do clã Assad, e outro sunita, segundo fontes da segurança. No domingo, os tiroteios deixaram 3 mortos e 26 feridos.
Na noite de domingo, Saad Hariri manifestou sua determinação em 'derrubar o governo de forma pacífica e democrática', criticando o apoio dos países ocidentais a Mikati.
'Não somos obrigados a seguir os conselhos daqueles que pensam que convém ao Líbano' manter o governo atual. 'O interesse do Líbano é a queda do governo', ressaltou.
Unidade nacional
Os embaixadores no Líbano dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e Derek Plumby, coordenador-especial da ONU no Líbano, manifestaram seu compromisso com a estabilidade do país.
Em um comunicado lido depois de um encontro com o presidente Michel Sleimane, convocaram 'todas as partes no Líbano a preservar a unidade nacional'.
'É vital que as instituições e a ação governamental sejam mantidas para assegurar a estabilidade, a segurança e a justiça no Líbano', destacaram.
Para Ghassan al-Azzi, professor de Ciência Política na Universidade Libanesa, 'Saad Hariri e seus partidários concentram seus ataques contra Najib Mikati, já que é um rival político para o cargo de primeiro-ministro, e evitam atacar frontalmente o Hezbollah, já que isto se transformaria diretamente em um confronto entre sunitas e xiitas'.
'Atacar diretamente o Hezbollah significa, sem sombra de dúvidas, estar claramente a favor da guerra civil', advertiu.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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