segunda-feira, setembro 03, 2012

Polícia pedirá esclarecimentos sobre DNA em laudo do caso Matsunaga


A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (3) que pedirá esclarecimento aos peritos da Polícia Técnico-Científica sobre resultado de laudo do DNA referente às investigações do assassinato de Marcos Kitano Matsunaga. No sábado (1), o Ministério Público havia informado que um dos exames indicou a presença de material genético de um perfil masculino diferente do encontrado no sangue do empresário dentro do apartamento onde ele morava com a mulher, a bacharel em direito Elize Matsunaga.

O diretor da Yoki foi morto com um tiro e esquartejado em 18 de maio na Zona Oeste da capital paulista. A viúva é ré confessa do crime e está presa aguardando a Justiça decidir se ela irá a júri popular por assassinato e ocultação de cadáver.

Caso a perícia confirme ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) que o "material genético" achado na residência do casal não seja o mesmo de Marcos e pertença a outro homem não identificado, os policiais poderão investigar a hipótese de Elize ter tido a ajuda de alguém para esquartejar seu marido.

“Fiquei surpreso com algumas informações que foram veiculadas na imprensa sobre esse laudo do DNA, pairando uma dúvida se o sangue encontrado na residência do casal pudesse ser de um outro homem. Quero dizer que soube disso pela imprensa e não fui informado oficialmente de nada mais. Mas para que não haja mais dúvida, a investigação fará alguns quesitos para os peritos responderem”, disse Carrasco.

Enquanto isso não ocorre, o diretor do departamento, Jorge Carrasco, afirmou ao G1 que a bacharel continua sendo a única suspeita do crime e agiu sozinha, baseando-se na investigação e laudos periciais, inclusive o da reconstituição do crime. “A polícia entende que ela agiu sem nenhuma ajuda. Por enquanto não há elementos que apontem a participação de outra pessoa. Eu, particularmente, acho que Elize agiu sozinha”.
No sábado, o promotor José Carlos Cosenzo, responsável pela denúncia contra Elize Matsunaga pela morte de Marcos, também havia dito que iria conversar com os peritos sobre as conclusões do laudo com os exames de DNA feitos a partir de material recolhido no apartamento onde ocorreu o crime. Ele afirmou que recebeu o documento na sexta-feira (31) e iria analisá-lo durante o fim de semana.
“Isso chamou muita atenção da gente, deixou, no mínimo, curioso”, falou o promotor ao G1 no sábado. “A existência de sangue você pode detectar por DNA até anos depois. Eu trabalho com situações técnicas e vou depender do esclarecimento do perito”. A equipe de reportagem não conseguiu localizá-lo nesta segunda.
No documento do Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) citado pelo MP, a perita Roberta Casemiro da Rocha Hirschfeld, responsável pelas conclusões, diz que em um dos cotonetes com as amostras coletas no apartamento há “um perfil genético compatível com uma mistura de material genético de no mínimo dois indivíduos, sendo ao menos 1 deles do sexo masculino”.
A perita completa que “nestes perfis, não foi observado relação de verossimilhança dos alelos neles presentes e os alelos presentes no perfil genético obtido do sangue da vítima Marcos Kitano Matsunaga, estando este excluído como possível gerador destas amostras.”
Em entrevista à revista "IstoÉ", a especialista em perícia criminal Rosângela da Rocha Souza diz que a conclusão do laudo não deixa dúvidas que “um homem participou do esquartejamento”.
O advogado de defesa de Elize, Luciano Santoro, disse na noite de sábado que “não dá para saber se esse sangue é do mesmo dia do crime”. “Poderia ser sangue de qualquer período. Porque foi achada uma mistura de sangue não quer dizer que há um terceiro envolvido”, afirmou.
Ele diz que as imagens das câmeras de segurança do prédio, analisadas pela polícia, não mostram nenhum homem, além de Marcos, subindo ao apartamento. “Todas as provas indicam que [Elize] praticou o crime sozinha”, completa.
Ré segue presa
Elize está presa no presídio de Tremembé, no interior do estado. Ela confessou os crimes e está presa preventivamente, aguardando a Justiça marcar uma data para ela ser interrogada e decidir se a viúva será submetida a júri popular. A mulher sempre alegou que agiu sozinha.

O crime teria sido motivado pela descoberta da infidelidade e traição de Marcos. Para a acusação, a bacharel também queria ficar com um seguro de vida da vítima.
A ré aguarda a Justiça marcar uma data para a audiência de instrução que irá decidir se ela será submetida a júri popular pelo crime ou não. A defesa de Elize alega que ela só atirou após ter sido agredida pelo marido.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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