sábado, setembro 01, 2012

Mesário poderá revistar eleitor para impedir uso de celular


A força-tarefa criada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) há mais de um mês investiga pelo menos 30 candidatos em todo o estado que seriam ligados às milícias. Segundo o presidente do tribunal, desembargador Luiz Zveiter, a lista foi repassada pela subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio.

Há ainda um outro levantamento repassado pela Secretaria de Segurança com os candidatos que estariam ligados ao tráfico, mas o TRE-RJ não informou quantos são. Zveiter afirmou apenas que a listagem é maior que a dos milicianos. Nesta quinta-feira, Zveiter disse ainda que aguarda a liberação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que efetivos de militares do Exército e da Marinha atuem no Rio, ajudando a fechar o cerco aos milicianos e traficantes. A ideia é fazer operações nos currais eleitorais e manter o efetivo militar até o fim do segundo turno, quando for o caso. Com o reforço, o TRE pretende intensificar a fiscalização em áreas de risco, como as favelas da Maré e do Jacarezinho, além de bairros da Zona Oeste.

Durante um almoço com jornalistas nesta quinta-feira, Zveiter adiantou que haverá revistas nas seções eleitorais, caso o mesário perceba que a pessoa esteja tentando levar o celular para a cabine, o que está proibido. Se o eleitor insistir com o uso do aparelho, o mesário deverá chamar a Polícia Militar. Caso nada seja feito, o mesário também poderá ser responsabilizado pelo fato.

- O procedimento é o seguinte: será perguntado se o eleitor está portando celular. Em caso positivo, ele deverá deixar o aparelho com o mesário e se dirigir para a cabine de votação. Eu mesmo vou dar o exemplo. Vou deixar meus dois celulares com o mesário. O mesário está autorizado a fazer a revista, se for necessário. Se ele não fizer, poderá ser enquadrado e até preso por isso - explicou Zveiter.

A medida de proibir o uso do celular foi justamente para evitar que os milicianos obriguem, como já foi feito no passado, que o eleitor fotografe a votação para confirmar se o candidato votado é aquele apoiado pelo grupo paramilitar.

- Não há lugar que o poder público não entre. É importante ressaltar que o miliciano não tem como descobrir em quem o eleitor votou. Felizmente, as pessoas estão mais conscientes de seus direitos - explicou o desembargador.

O presidente do tribunal disse ainda que vai trabalhar para impedir a propaganda de boca de urna no dia da eleição:

- Tudo o que é proibido, o tribunal não vai aceitar.

Zveiter apresentou também um balanço do montante de recursos sobre registros de candidaturas que chegaram ao tribunal. No total, foram 2.028, dos quais 1.051 foram julgados.

- Estamos julgando uma média de 300 recursos por sessão - disse o presidente do TRE-RJ.

Fonte: Agência o Globo/Cidade News Itaú

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