segunda-feira, setembro 17, 2012

Após texto de cardeal, Russomanno diz que não quer 'guerra santa'


Celso Russomanno avalia documento apresentado por eleitor (Foto: Tatiana Santiago/G1)Russomanno avalia documento apresentado
por eleitor (Foto: Tatiana Santiago/G1)
O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, disse nesta segunda-feira (17) que não pretende iniciar uma "guerra santa" e disse entender o posicionamento do cardeal Dom Odilo Scherer. No domingo, o arcebispo da Arquidiocese de São Paulo divulgou mensagem na qual reafirma as críticas feitas pela Arquidiocese ao pastor Marcos Pereira, presidente do Partido Republicano Brasileiro (PRB) e atual coordenador da campanha de Celso Russomano.
Em 2011, Pereira publicou texto em blog no qual associa o "kit gay" à influência da Igreja Católica. O texto voltou a circular nas redes sociais durante o período eleitoral. Na quinta-feira (13), a Arquidiocese publicou seu primeiro posicionamento: uma "nota de repúdio" a ao artigo do pastor.  Na sexta (14), a Arquidiocese publicou nota reafirmando seu posicionamento. No domingo, um novo artigo, dessa vez em formato de carta e assinado diretamente por Dom Odilo, foi lido na missa das 11h na Catedral da Sé e distribuída para paróquias.

Celso Russomano visitou na manhã desta segunda-feira duas empresas de alumínio na região do Belenzinho, na Zona Leste. Ele disse que quer se concentrar na campanha e evitou discutir as críticas do cardeal. “Como bom cristão que sou, o que a gente precisa é amar o próximo. Eu não vou plantar uma guerra santa, não vou, de jeito nenhum. Eu entendo as razões dele (Dom Odilo), respeito as razões dele, mas eu vou fazer campanha. Nós estamos na campanha para a Prefeitura de São Paulo, não é uma campanha religiosa”, disse o candidato, tentando minimizar a polêmica.
Russomanno, que afirma ser católico, disse que ainda não se encontrou com o arcebispo para explicar que o texto publicado não reflete sua opinião nem a do partido. “Nós não falamos ainda, mas minha equipe está providenciando um encontro com ele para tirar esse mal-entendido.”

Quando questionado novamente sobre o assunto, Russomanno disse que não iria comentar mais nada para que a discussão não tomasse uma proporção maior e comparou o debate aos conflitos religiosos de outros países. “Nós somos jornalistas, não podemos pregar uma guerra santa neste país. Agora, nós vamos vivenciar o que está ocorrendo no Oriente?”, questionou.

O candidato do PRB voltou a dizer que os ataques não partiram da Igreja Universal e que o bispo licenciado Marcos Pereira, coordenador da sua campanha e presidente nacional do PRB, já explicou que era uma opinião pessoal dele, como blogueiro.

Arcebispo
No domingo, o cardeal Dom Odilo pediu que o padre Walter Caldeira, responsável pela Catedral da Sé, para ler o texto assinado por ele que citou o clima de intranquilidade que a campanha eleitoral trouxe para os cristãos.

Além da carta lida no fim da principal missa da cidade, o arcebispo determinou que as 300 paróquias da cidade divulguem o texto, que já foi lido por alguns padres neste domingo. Além disso, o texto será gravado pela Rádio 9 de Julho e veiculado durante sua programação e também publicado no jornal mensal “O São Paulo”, da própria Arquidiocese.

As críticas de Dom Odilo referem-se ao texto publicado em maio de 2011 no blog de Pereira, em que ele associa o "kit anti-homofobia", que ficou conhecido como "kit gay", à influência da Igreja Católica. A mensagem do pastor voltou a circular nas redes sociais e provocou a primeira reação católica.

Pastor nega conotação eleitoral
Pereira comentou em seu blog, na quinta-feira, a reação da Igreja Católica. Ele afirmou que o texto "Qual o futuro da educação no Brasil?" foi publicado em maio do ano passado e “traz uma análise dos fatos sob o contexto daquela época”.

O pastor da Igreja Universal diz que manifestou sua “liberdade de expressão e livre pensamento, sem qualquer conotação política ou eleitoral”, reiterou seu respeito “pelos direitos individuais independente de credo, raça ou opção sexual”, e lamentou que o texto tenha sido usado um ano e quatro meses depois “de maneira indevida às vésperas da eleição para a Prefeitura de São Paulo”.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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