quarta-feira, agosto 29, 2012

Novo suposto ataque de tubarão mata universitário e pode mudar acesso ao mar em Pernambuco


Mapa mostra faixa de 20 km no litoral do Recife (PE) onde ocorrem os ataques de tubarões
A morte de um estudante universitário ocorrida na praia de Enseada dos Corais, em Cabo de Santo Agostinho (47,5 km de Recife), abriu um novo alerta para o problema de ataques de tubarão que ocorrem desde 1992 na orla pernambucana.

O estudante desapareceu no último domingo (26), durante um banho de mar. O corpo de Tiago José de Oliveira da Silva, 18, foi encontrado nesta terça-feira (28) por pescadores na praia de Itapuama com várias marcas de mordidas de animal marinho.

O local em que o universitário desapareceu não está na área delimitada de proibição de banhistas devido aos ataques de tubarão. Até hoje, sem contar o possível novo caso, 54 pessoas foram vítimas, com 20 mortes, numa área de 20 km de praia, que inicia na praia Del Chifre, em Olinda, e vai até o norte de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho.

Segundo dados preliminares do IML (Instituto Médico Legal) de Recife, o corpo está sem uma das pernas, com vários ossos a mostra apresenta várias mordidas de um animal marinho de grande porte.

O resultado do exame que vai definir a causa da morte do jovem ainda não saiu, mas segundo o Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões), caso seja comprovado que ele morreu vítima de ataque de tubarão, a área de proibição de banhistas ao mar deverá ter uma nova delimitação.

Novas medidas
“Não é normal a existência de incidentes com tubarão em Enseada dos Corais, porque não está dentro da área de proibição e nunca ocorreu ataques lá. Mas também não podemos descartar a possibilidade, que deverá ser comprovada ou não com o resultado da necropsia no corpo do rapaz feito pelo IML”, afirmou a presidente do Cemit, Rosângela Lessa.

Na tarde desta quarta-feira (29), integrantes do Cemit vão se reunir para discutir o assunto. “Vamos nos reunir para deliberar novas medidas caso seja comprovado o ataque de tubarão. Mas, o rapaz também pode ter morrido vítima de afogamento e depois que o corpo pode ter sido atacado depois por animais marinhos. Ele ficou dois dias desaparecido e isso é muito comum ocorrer porque estava submerso”, explicou Lessa.

A oceanógrafa alerta que os banhistas devem ficar atentos. “Aqui em Pernambuco existe essa área de maior incidência comprovada de ataques de tubarão a banhistas, mas vale ressaltar que as pessoas devem ter cuidado ao adentrar no mar porque em qualquer lugar não do Brasil e do mundo não podemos descartar o perigo de ataques de animais marinhos. Em Enseada existe um paredão de corais, mas ele não é completo e isso também não garante segurança total”, afirmou a oceanógrafa.

Enterro e protesto
O corpo do universitário, que cursava administração de empresas, será enterrado no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, na tarde desta quarta-feira (29). A família do jovem criticou a ação do Corpo de Bombeiros afirmando que o resgate do jovem demorou a ser feito porque só existia um salva vida na área que o rapaz desapareceu.

Segundo a família, Tiago saiu na tarde do domingo na companhia da irmã e do cunhado para ir à praia. Os sobreviventes relataram que no momento em que tomavam banho de mar as águas estavam agitadas já na altura da cintura – quando Tiago foi arrastado e desapareceu em alto mar.

A reportagem do UOL entrou em contato com o comando de operações do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, mas foi informada de que o coronel Daniel Ferreira, responsável pelo setor, estava em reunião e não poderia comentar o assunto. (*Com informações do NE10.)

Fonte: Portal Uol/Cidade News Itaú

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