segunda-feira, julho 16, 2012

Rebeldes e forças sírias travam combates violentos em Damasco


Combatentes oposicionistas entraram em confronto com forças do governo sírio neste domingo em Damasco. Moradores descreveram o embate como o episódio mais violento até agora na cidade.

Quando anoitecia, ativistas disseram que a luta estava se espalhando da parte sul da cidade para uma segunda área e que as tropas governamentais haviam fechado a estrada de acesso ao aeroporto.

Vários moradores contatados pela Reuters afirmaram estar ouvindo fortes explosões, constante troca de tiros e o som frequente de sirenes. Eles descreveram os combates como sendo os piores desde o início do levante contra o presidente Bashar al-Assad, há 17 meses.

Uma grossa fumaça escura era visível no céu de Damasco em imagens de vídeo ao vivo, divulgadas na Internet.

"Não posso acreditar, parece incrivelmente perto. Escuto tiros e outras coisas, como explosões. Posso ouvir os sons de ambulâncias passando correndo. Estou com tanto medo. Pessoas podem morrer esta noite", disse um morador de um bairro perto da área dos confrontos, contatado por telefone.

O ativista Samir al-Shami, que estava em Damasco e falou à Reuters pelo programa de comunicação Skype, disse que havia luta no bairro de al-Tadamon, na parte sul da capital síria, depois que combates contínuos ocorreram no anoitecer de sábado em Hajar al-Aswad, distrito vizinho em Damasco.

"Há o som de artilharia pesada. E há fumaça saindo da área. Também há alguns feridos e os moradores estão tentando fugir da região", ele disse, mostrando ao vivo imagens de fumaça no horizonte.

"Há também veículos blindados indo em direção à parte sul do bairro."

Um outro ativista contatado disse que depois o combate se espalhou para al-Lawan, um bairro na periferia da capital, a sudoeste.

"Há centenas de combatentes em Damasco neste momento, vamos ver o que acontece", afirmou o segundo ativista, que pediu para não ter o nome divulgado. "Se o regime for capaz de esmagar os combatentes em Tadamon, os confrontos devem parar, mas se não for, eles podem se disseminar mais", acrescentou.

ATAQUE A ÔNIBUS

Mais cedo, uma explosão atingiu um ônibus levando forças de segurança em Damasco e feriu várias pessoas, segundo ativistas. Moradores disseram ter ouvido uma forte explosão, seguida de sirenes de ambulâncias indo em direção à parte sul do anel viário de Damasco.

Nas últimas semanas os confrontos chegaram à periferia da capital, concentrando-se em áreas mais pobres, onde a revolta contra as autoridades é maior. Na semana passada foram lançados morteiros dentro da capital, e parece ter sido a primeira vez que isso ocorria.

À tarde, o grupo oposicionista Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que faz um balanço de relatos de ativistas anti-Assad, disse que a cifra de mortos neste domingo em todo o país chegou a pelo menos 80 e que foram usados foguetes em Damasco.

"Há enfrentamentos violentos entre forças do regime e combatentes de batalhões rebeles dessas áreas. Foram vistas ambulâncias levando membros das forças do regime para fora. Esses confrontos são os mais violentos dentro de Damasco até agora."

O governo restringe o acesso da mídia independente ao país, o que dificulta a verificação dos fatos.

Países ocidentais, nações árabes e a Turquia formaram uma aliança contra Assad. Mas até agora a diplomacia teve pouco impacto.

Rússia e China, aliados de Assad, bloqueiam ações no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e os países ocidentais não mostram interesse em empreender na Síria o mesmo tipo de intervenção que ocorreu na Líbia para derrubar Muammar Gaddafi.

Fonte: Folha de São Paulo/Cidade News Itaú

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