terça-feira, maio 08, 2012

Detentos estão fora das celas há mais de uma semana no Presídio Raimundo Nonato em Natal.



Os quase 400 detentos do Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na zona Norte de Natal, estão aproveitando um período de "férias" na unidade. Desde o domingo, dia 29 de abril, eles estão soltos pelo pavilhão, solário e quadra da penitenciária. Na semana passada, um curto-circuito derrubou a energia do local e, em virtude da superlotação das celas, os detentos não agüentaram ficar sem os ventiladores, tendo quebrado grades e cadeados para ganhar espaço do lado de fora. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) ainda não enviou um técnico, que fosse capaz de solucionar os problemas. De acordo com a direção, o clima de insegurança é constante.
"Não mudou nada desde a última vez que vocês vieram aqui". As palavras são do diretor interino do presídio, Almir Medeiros. A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local duas vezes durante a semana passada e nesta segunda-feira (7) constatou a permanência dos problemas. Os 383 presos estão espalhados pela quadra e há informações de que não está sendo realizada a contagem deles, capaz de identificar eventuais fugitivos. A informação é negada pela direção, que alega realizar uma chamada para assegurar a presença dos presos.
Para sair das celas, os presos quebraram grades e cadeados. Após a restauração da energia, a direção planejará como ocorrerá o conserto.  A Sejuc enviou os cadeados para reposição, mas ainda não há resposta quanto ao conserto da deteriorada parte elétrica da unidade. "Eles falaram que mandariam essa semana. Até agora, não chegou ninguém aqui", disse Medeiros
"A nossa preocupação é constante. Ninguém sabe quais as intenções deles, que agora estão soltos", reforçou o diretor interino. À reportagem, funcionários relataram que apenas uma grade os separam dos quase 400 detentos. À noite, além do cadeado, a grade recebe o reforço de correntes e algemas para evitar problemas.
Exoneração
O diretor do presídio Raimundo Nonato pediu exoneração do cargo. Alexandre Bosco disse que a situação de "falta de estrutura da unidade" lhe incomodava e não encontrava respostas das autoridades frente a pedidos de melhoras. "Enviava vários documentos pedindo alguma alteração. Mas nada aconteceu", disse. O agente penitenciário José Olímpio, que responde interinamente pela Coordenação da Administração Penitenciária (Coape), disse ter sido informado do pedido de desligamento do antigo diretor. "Já encaminhei um pedido de substituição para o Gabinete Civil", disse. Olímpio se mostrou preocupado com a situação do Presídio Raimundo Nonato.
Para ele, o fato de os detentos permanecerem fora das celas é bastante preocupante. "É um problema grande. Quando o preso está trancado já é um problema, imagine solto, podendo planejar o que quiser. Até  cavar buracos em celas, e no refeitório, onde os agentes não vêem. Tudo isso é possível", afirmou. Olímpio disse ter comunicado à Secretaria de Infraestrutura do Estado sobre a necessidade de manutenção na rede elétrica do presídio. No entanto, ainda não há previsão para a realização do serviço.

Fonte: Sentinelas do Apodi

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