terça-feira, maio 08, 2012

China expulsa jornalista da Al-Jazeera


A jornalista Melissa Chan, correspondente da Al Jazeera, em 8 de maio de 2012 em Pequim (Foto: Reuters)A jornalista Melissa Chan, correspondente da
Al Jazeera, em 8 de maio de 2012 em
Pequim (Foto: Reuters)
A China decidiu não renovar o visto da correspondente da versão em inglês da emissora de TV árabe "Al -azeera", Melissa Chan, o que levou a emissora a fechar sua sucursal no país asiático. É a primeira expulsão de um jornalista estrangeiro do país desde 1998.
O Clube dos Correspondentes Estrangeiros na China (FCCC, na sigla em inglês), informou nesta terça-feira (8) que o regime comunista decidiu não renovar o visto de Chan - o que implica sua expulsão como jornalista - após um documentário publicado por sua emissora que não foi bem visto pelas autoridades chinesas.

Chan, que trabalha na China desde 2007, tem um perfil do Twitter seguido por 14 mil pessoas e tem nacionalidade americana. Ela não participou desse documentário, transmitido em novembro e que tratava de campos de reeducação.
Ainda assim, o governo chinês se mostrou descontente com a linha editorial da emissora catariana e acusou a correspondente de violar as normas, sem especificar quais, disse o FCCC.
O governo chinês ainda não se pronunciou sobre o caso.
Para o FCCC, do qual a correspondente era membro da junta diretiva, a decisão das autoridades chinesas "é o exemplo mais extremo da recente moda de utilizar os vistos dos jornalistas como um elemento de censura e intimidação".
A China aumentou as restrições aos jornalistas estrangeiros desde o último ano devido às tentativas de promover no país protestos similares aos da Primavera Árabe.
Nos últimos dias, vários jornalistas que cobriam a situação do dissidente cego Chen Guangcheng foram convocados ao Departamento de Segurança Pública, onde, segundo o FCCC, ouviram a ameaça de terem seus vistos retirados se descumprirem as normas do país.
Questionado sobre isso, o porta-voz da Chancelaria, Hong Lei, se limitou a destacar que "a China respeita a liberdade dos jornalistas estrangeiros, mas espera que eles trabalhem de acordo com o regulamento".
A versão da Al-Jazeera em inglês também emitiu nesta terça-feira um comunicado em resposta ao caso e especificou que fechará sua delegação depois de as autoridades chinesas terem se negado a renovar as credenciais de Chan, assim como a permitir que seu posto fosse substituído.
O caso de Chan é a primeira de expulsão de um jornalista na China em 14 anos, desde que em 1998 essa medida foi aplicada ao correspondente Yukihisa Nakatsu, do diário japonês "Yomiuri Shimbun", acusado de roubar segredos de Estado devido a sua viagem ao Tibete.
Na época, também foi expulso o jornalista Jürgen Kremb, da revista alemã "Der Spiegel", que se negou a assinar a ata policial que o acusava de também possuir segredos de Estado.

Fonte: G1

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