quarta-feira, abril 04, 2012

Polícia Civil só prende palmeirenses, diz presidente da Mancha Alviverde


Imagens Ilustrativa

O presidente da Mancha Alviverde, Marcos Ferreira, de 29 anos, criticou na tarde desta quarta-feira (4) a prisão de integrantes da torcida organizada. “Respeito o trabalho da Polícia Civil, mas parece que ela só está prendendo palmeirenses”, afirmou. Nesta manhã, a polícia divulgou a prisão de três integrantes da torcida em São Paulo.

As detenções fazem parte da segunda operação deflagrada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), para prender torcedores envolvidos em brigas de torcidas. Na ação desta quarta, também foram detidos três corintianos.

Até as 13h, seis pessoas haviam sido presas em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela Justiça. O número de detidos pode aumentar porque investigadores estão na rua cumprindo outros mandados de prisão e de apreensão nas residências dos investigados.

Pelos cálculos do dirigente da organizada, os palmeirenses são maioria entre os presos. Marcos Ferreira diz que, até agora, são nove torcedores da Mancha detidos temporariamente desde a briga com corintianos da Gaviões da Fiel no dia 25 de março na Zona Norte da capital paulista. A briga ocorreu horas antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras no estádio do Pacaembu pelo Campeonato Paulista de Futebol.

No mês passado, dois membros da Mancha foram assassinados durante esse confronto que envolveu cerca de 300 pessoas na Avenida Inajar de Souza. A Polícia Militar, que acompanhava os palmeirenses, não conseguiu impedir o encontro com os corintianos. Andre Lezo morreu após ser baleado na cabeça e Guilherme Moreira, com traumatismo craniano ao ser golpeado com barra de ferro. Até agora nenhum suspeito diretamente ligado a esses homicídios foi preso pela polícia.
"Volto a afirmar que respeito o trabalho da polícia, mas é preciso localizar e prender quem matou nossos dois amigos palmeirenses. A investigação tem que prender os envolvidos nesse crime também", disse Ferreira.

Palmeirenses presos
Apesar disso, Ferreira afirmou que dois dos três palmeirenses presos na manhã desta quarta-feira são investigados por suposto envolvimento diretamente numa briga com corintianos que resultou no assassinato do torcedor alvinegro Douglas Karin Silva. O corpo dele foi encontrado no Rio Tietê em 29 de agosto de 2011, após a vítima ter saído da sede da Gaviões.

O outro palmeirense detido nesta quarta, segundo Ferreira, é o vice-presidente da Mancha, Lucas Lezo, irmão de Andre, morto em março. Tiago Lezo, outro irmão de Lucas e que era gêmeo de Andre, está preso desde o dia 27 de março, quando a Decradi desencadeou a primeira operação de combate a rixa entre as torcidas.

Tiago e outros cinco palmeirenses foram detidos por suspeita de ter brigado no último dia 25. A equipe de investigação da Decradi, coordenada pela delegada Margarette Barreto, apura se esse confronto foi marcado pela internet. Comentários postados nas redes sociais da web davam conta de um possível encontro de corintianos e palmeirenses naquele dia.

Investigação
No entendimento da delegada Margarette, os corintianos podem ter armado uma emboscada contra os palmeirenses para vingar a morte do corintiano no ano passado. Os torcedores presos são investigados por vários crimes, como homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal e formação de quadrilha.

A investigação sobre a briga de torcidas é acompanhada pelo Ministério Público em São Paulo. Por conta da repercussão e das consequências trágicas do confronto entre os torcedores, a Federação Paulista de Futebol (FPF) proibiu a entrada de pessoas com uniformes das organizadas da Mancha e da Gaviões nos estádios paulista até a conclusão das investigações.

Recursos
O presidente da Mancha, Ferreira, afirmou que irá recorrer da decisão dessa proibição e também irá acionar o departamento jurídico da torcida para pedir a liberdade aos palmeirenses presos. “Nosso advogado deve estudar entrar com algum recurso, um habeas corpus”, disse o dirigente.

O G1 não conseguiu localizar representantes da Gaviões para comentar o assunto.

Fonte: G1

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