segunda-feira, março 11, 2024

Mendes diz que existência de narcomilícia evangélica no Rio foi relatada durante reunião com Barroso


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, diz que durante uma reunião no Supremo, presidida pelo também ministro Luís Roberto Barroso, foi relatado haver uma narcomilícia evangélica em atuação no Rio de Janeiro.


Recentemente, o ministro Luís Roberto Barroso presidiu uma reunião extremamente técnica sobre essa questão, e um dos oradores falou de algo que é raro ouvir: uma narcomilícia evangélica, aparentemente no Rio de Janeiro, onde já se tem um acordo entre narcotraficantes e milicianos pertencentes ou integrados a uma rede evangélica. É algo muito sofisticado”, disse em entrevista ao Estúdio i.

Não é novidade que traficantes tenham participado de ataques de intolerância religiosa no Rio de Janeiro. Em 2019, por exemplo, traficantes atacaram um terreiro de candomblé localizado no bairro Parque Paulista, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Eles obrigaram a sacerdotisa responsável pelo espaço a destruir todos os símbolos que representavam os orixás.


Gilmar Mendes fala sobre anistia ao 8/1

O ministro também falou sobre a demanda do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores por uma anistia aos condenados por participarem dos ataques às sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023. Para Gilmar Mendes, não há razão para se falar em perdoar as penas.


"Não é caso de falar de anistia quando essas pessoas estão começando a cumprir pena. O que me parece é que muitos imputam ao ex-presidente uma falta de solidariedade. [Ele] jogou essa gente na fogueira e foi para Miami. Me parece que [a anistia] foi o tipo de mensagem para movimentar o establishment político para ter uma bandeira de anistia não para os autores intelectuais, mas para aqueles pequenos que foram envolvidos nisso. Não tem cabimento anistia em relação a isso, são crimes extremamente graves", disse em entrevista ao Estúdio i nesta segunda-feira (11).


Até a sexta-feira (8), o STF condenou 131 pessoas por participação nos ataques. Na ocasião, centenas de apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto —onde fica o gabinete do presidente da República.


A maior parte foi condenada por cinco crimes com penas variam entre 3 e 17 anos:


abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

dano qualificado;

golpe de Estado;

deterioração do patrimônio tombado;

associação criminosa.

Bolsonaro defende anistia

Em 25 de fevereiro, durante um ato na Avenida Paulista, Bolsonaro defendeu anistia aos presos em discurso. O ato foi convocado pelo próprio ex-presidente e ocupou cerca de 7 quarteirões da via.


"O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (...) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para seja feita justiça em nosso Brasil", disse o ex-presidente.


Bolsonaro também negou ter tentado dar um golpe de estado. O ex-presidente, ex-ministros e assessores e militares são alvos de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga essa tentativa de golpe.


Fonte: Blog da Andreia Sadi

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