segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Presos poderiam se comunicar por vãos das celas, diz presidente de sindicato de policiais penais de Mossoró

Investigadores suspeitam que presos se comunicaram por meio de janelas entre as celas — Foto: Reprodução

Os presos que fugiram juntos, mesmo em celas separadas, da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) teriam a possibilidade de se comunicar através de vãos. É o que explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Mossoró, Bruno Castro, em entrevista ao GloboNews Mais nesta segunda-feira (19).


"São celas que ficam uma do lado da outra. Então, sim, tem como eles se comunicar, eles têm o jeito deles, tentam falar pelas aberturas que têm. Eles conseguem se comunicar, sim, se for uma cela do lado da outra, como foi no ocorrido", disse.

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram da penitenciária no dia 14 de fevereiro. Essa foi a primeira fuga da história de um presídio de segurança máxima no Brasil, desde a criação em 2006.


Eles estavam em celas de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que são individuais, e têm solários, onde os presos tomam banho de sol também individualmente, sem contato com outros detentos.


As celas dos dois detentos que fugiram - que passavam 24 horas isolados de qualquer outro apenado - eram vizinhas. A hipótese defendida pelos investigadores é de que os dois se comunicavam por vãos que há entre as celas e que, dessa forma, combinaram a fuga.


Deibson e Rogério fugiram da penitenciária da mesma forma, arracando a luminária das celas, e no mesmo momento, de acordo com as investigações



Para o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Mossoró, os presos podem ter tentado abafar o barulho que faziam para abrir o espaço da luminária na tentativa de evitar serem flagrados.


"Eu acredito que eles tentaram, com o pano, com a roupa própria deles, abafar um pouco o impacto. Mas aí vai ter que a investigação seguir e falar como foi feito", disse.


Bruno Castro também disse que é protocolo haver revistas nas celas e que o contato dos policiais penais com os presos nunca envolvem apenas um servidor.


"Nunca fica um agente [policial penal] só com preso, sempre vai mais de um agente [policial penal], isso já é da categoria, já funciona assim para evitar corrupção", explicou.


"Eu não vou precisar...essa questão de se tava tendo revista, vamos dizer, no dia, porque isso está sendo apurado pela Polícia Federal, eles logo vão dizer. Mas é nosso procedimento, sim, a gente sempre tem revista", falou.


Fonte: g1

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