sexta-feira, outubro 27, 2023

Demitida para abrigar o Centrão, ex-presidente da Caixa diz que 'é preciso pensar em outra forma de fazer política'

Rita Serrano, ex-presidente da Caixa, ao lado de Lula e Janja em evento em janeiro de 2023. — Foto: Ricardo Stuckert/PR

A ex-presidente da Caixa Econômica, a economista Rita Serrano, se pronunciou pela primeira vez desde que foi demitida do cargo para dar espaço ao Centrão. Em um artigo publicado na internet, Rita ressaltou a dificuldade das mulheres em ocupar "espaços de poder" e disse que "é preciso pensar em outra forma de fazer política".


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Rita na quarta-feira (25). A decisão foi comunicada à economista em reunião no Palácio do Planalto.


"Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho", disse Rita.


Funcionária de carreira da Caixa desde 1989, Maria Rita estava desde janeiro como presidente da instituição. Antes, ela participou do Conselho de Administração do banco.


Em nota, o Palácio do Planalto confirmou que o novo presidente da Caixa será o economista e servidor da Caixa Carlos Vieira Fernandes – que já ocupou cargos de confiança em ministérios de partidos do Centrão, em anos anteriores.


Fernandes é indicação do Centrão e conta com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).


Lira já havia afirmado que o comando da Caixa estava na negociação para ampliar a base parlamentar do Palácio do Planalto.


Os partidos querem também indicar substitutos para as vice-presidências da Caixa. Lula e Lira, no entanto, ainda devem se reunir ao longo desta semana para confirmar as substituições.


O comando da Caixa e de outros órgãos públicos, como os Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), era reivindicado por essas siglas desde julho.


Fonte: g1

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