domingo, setembro 17, 2023

Amigo sugeriu que Jair Renan transferisse empresa para outra pessoa após PF começar a investigá-lo, diz assessor

Imagem mostra Jair Renan, do lado esquerdo, e Maciel Carvalho, do lado direito — Foto: Reprodução/Instagram

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, um ex-assessor de Jair Renan Bolsonaro afirmou que o coach e instrutor de tiro Maciel de Carvalho sugeriu que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transferisse a titularidade de sua empresa para outra pessoa depois que Jair Renan passou a ser investigado pela Polícia Federal.


As declarações de Diego Pereira de Souza fazem parte da investigação feita pela Polícia Civil que apura o suposto envolvimento do filho do ex-presidente num esquema de lavagem de dinheiro. O assessor disse ainda que a empresa de Jair Renan passou a funcionar no mesmo local em que Maciel tinha um clube de tiro.



Aos policiais, Diego disse que conheceu Jair Renan em uma festa feita pelo filho 04 de Bolsonaro no Lago Paranoá e que, depois disso, começou a fazer sua assessoria, como fechamento de contratos, organizar segurança pessoal, agendar entrevistas, entre outras funções. Disse, ainda, não receber valores por esses trabalhos.


O assessor afirmou que Jair Renan recebia de R$ 3 mil a R$ 15 mil para aparecer em eventos, pagos por PIX repassados a ele ou à mãe, Ana Cristina, e que seleção desses eventos cabia a ele.


Entre esses trabalhos, Danilo disse aos policiais que suspeitou de Maciel porque ele "costumava informar diferentes números de CPF" para ser incluído na lista VIP de eventos que eles frequentavam. O assessor também disse que Maciel "lhe mostrava frequentemente extratos bancários com milhões de reais na conta".


Investigação no DF

Em agosto, Jair Renan foi alvo de dois mandados de buscas – quando teve celular e HD apreendidos – e o amigo Maciel de Carvalho foi preso durante operação da polícia do DF – ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão.


A suspeita dos investigadores é que Jair Renan e Maciel Carvalho registraram empresas em nome de dois laranjas para driblar órgãos públicos, ocultar patrimônio e fugir da responsabilidade fiscal, o que pode caracterizar o crime de lavagem de dinheiro.


A Polícia Federal chegou a investigar Jair Renan por tráfico de influência, mas caso foi encerrado porque investigadores não identificaram indícios de ilegalidades.


Outras suspeitas

Jair Renan também aparece em outras investigações conduzidas pela Polícia Federal. O filho do ex-presidente Bolsonaro é citado em trocas de mensagens no caso da venda ilegal de joias da presidência e no inquérito das milícias digitais.


O blog entrou em contato com a defesa e ainda não obteve resposta. Na época que a operação foi deflagrada, o advogado disse que nota que Jair Renan estava surpreso, mas tranquilo com a operação.


Fonte: Blog da Andréia Sadi

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