Em relatos feitos antes de sua prisão, em maio de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou a um interlocutor que ele era o responsável por contas bancárias do ex-presidente, e que também cuidava de cartões de crédito dele.
No relato de Cid em março deste ano, o ex-presidente tinha “medo” de que alguém depositasse alguma quantia em sua conta. Na ocasião, o ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro preferia que suas contas fossem pagas “na boca do caixa”, “para não ter problema”.
De acordo com o militar, Bolsonaro não gostava sequer que as transações fossem feitas em caixa eletrônico.
Na quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A quebra dos sigilos foi pedida ao STF pela Polícia Federal (PF), que investiga o suposto esquema de venda ilegal de presentes de alto valor recebidos por integrantes do governo Bolsonaro.
Além de Mauro Cid – preso por suspeita de falsificação de certificados de vacinação contra Covid-19 –, também são suspeitos de envolvimento no esquema o pai dele, general Mauro Lourena Cid, o coronel Marcelo Camara e o segundo-tenente Osmar Crivelatti, ambos ex-assessores de Bolsonaro, e o advogado Frederick Wassef.
No dia seguinte ao pedido de quebra de sigilo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou em suas redes sociais que a quebra do sigilo era desnecessária e que “bastava me pedir”.
Como revelado no blog da Julia Duailibi, a defesa de Jair Bolsonaro apresentou na quinta-feira (24) ao STF extratos bancários dos quatro anos de sua gestão como presidente. Na petição, os advogados afirmam que Bolsonaro se apresenta "de forma espontânea" para afastar a necessidade de "movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão".
Fonte: Blog da Andréia Sadi
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