terça-feira, julho 04, 2023

Policial de tropa de elite de MS é preso suspeito de fazer segurança de megatraficante que fugiu da PF

O policial militar de Mato Grosso do Sul, Ygor Nunes Nascimento, é um dos presos na operação que tentou capturar o megatraficante Antônio Joaquim Mota na sexta-feira (30). Investigações da Polícia Federal apontam que o 3º sargento atuava em um grupo paramilitar que cuidava da segurança pessoal do traficante.


PM preso suspeito de fazer a segurança de Antônio Mota, o Motinha (à dir.), traficante procurado pela PF e Interpol. — Foto: Redes Sociais/Reprodução


A Polícia Federal realizou a operação para prender o megatraficante e seus seguranças, mas ele fugiu de helicóptero de uma de suas fazendas na fronteira com o Paraguai um dia antes de a polícia chegar. Investigadores suspeitam que autoridades paraguaias vazaram operação. (leia mais abaixo)


A própria Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal (PF), prendeu Ygor em um dos batalhões do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), em Dourados (MS), espécie de tropa de elite da polícia de Mato Grosso do Sul da qual ele fazia parte até ser preso .



O policial é suspeito de compor um grupo paramilitar - uma "milícia da fronteira"-, junto com mercenários estrangeiros da Itália, Romênia de Grécia que combateram contra os Piratas Somali, na guerra da Ucrânia e em conflitos na Palestina, segundo uma fonte ligada à investigação. Esse grupo era segurança de Antônio Mota, de seu "clã" e das operações de tráfico da organização criminosa dele .


Pistola 9mm apreendida com policial militar suspeito de integrar milícia que fazia escolta de megatraficante — Foto: PF/Divulgação


Com o policial, foram encontrados uma pistola 9mm, carregadores para a arma e cerca de 60 munições específicas para fuzil.


Conforme apurado pelo g1, o policial afirmou que os materiais apreendidos eram dele. Entretanto, documentos para comprovar a posse e o porte não foram apresentados pelo suspeito de compor a organização criminosa.


Munições de fuzil foram apreendidos com PM. — Foto: Reprodução


Em 30 de junho, no mesmo dia em que foi preso, Ygor foi exonerado do "DOF" por "inconveniência de permanência". Também na sexta, o PM foi encaminhado para o presídio militar, onde segue preso.


O g1 entrou em contato com o advogado que acompanhou o suspeito em audiência de custódia, que disse que ainda não foi contratado oficialmente pelo PM, por isso não pode comentar sobre o caso. A reportagem também solicitou retorno da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), já que o preso é lotada na PMMS. A pasta informou que não vai se manifestar.



Fuga


Megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota, também conhecido como Motinha ou Dom — Foto: Reprodução


Antônio Mota e outros cinco integrantes da força paramilitar, entre eles os três estrangeiros, conseguiram fugir da operação da sexta-feira (30). Mota fugiu de helicóptero antes dos policiais chegarem a sua fazenda que se estende de entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.


Segundo uma fonte ligada à investigação, dois dias antes da ação a informação sobre a operação vazou e chegou a Dom.


Um dia antes da deflagração da operação, um helicóptero pousou no lado paraguaio da fazenda, e o traficante fugiu do local. O g1 obteve a informação de que autoridades brasileiras suspeitam de que o vazamento sobre a operação tenha partido do lado paraguaio da operação.



Foram expedidos pela Justiça Federal, 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão, em quatro estados: Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.


Dos 12 mandados de prisão, 9 eram para brasileiros e seis foram cumpridos. Todos de integrantes da força paramilitar do grupo de Mota. Seis foram presos, entre eles, o policial militar.


O megatraficante brasileiro está na lista de Difusão Vermelha da Interpol e agora os outros cinco também vão ser incluídos nesta relação dos mais procurados internacionalmente.


Além dos suspeitos presos, a PF apreendeu na operação que recebeu o nome de Magnus Dominus – “o todo poderoso” em latim, faz alusão ao líder do grupo criminoso, um verdadeiro arsenal, com cerca de 14 armas, entre elas 4 pistolas, 3 revólveres e 3 fuzis, além de 40 caixas de munição, seis granadas e colete balístico.


Fonte: g1

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