domingo, junho 25, 2023

Brasileiro é eleito melhor barista do mundo: 'Foram dois meses focado apenas na competição'

O brasileiro Boram Um foi eleito melhor barista do mundo na World Barista Championship (WBC), considerada as 'Olimpíadas do café', dentro da World Coffee Championship. A competição foi encerrada neste sábado (24), na Grécia, e ele disputava com profissionais de mais de 40 países.


"Na verdade, a emoção, eu ainda estou processando. Foram quatro anos de jornada, então, realmente parece que a ficha não caiu", diz Boram em entrevista ao g1.


"A gente coloca no Brasil no mapa e, em contrapartida, é incrível porque, agora, cada vez mais, as pessoas vão buscar os cafés brasileiros. A gente era o único país produtor na final, ainda mais usando o café do Brasil. Acho isso um marco importante."


Boram tem 32 anos e é filho de sul-coreanos. Ele participou da competição pela terceira vez. Para encarar a disputa, passou por cerca de um mês e meio de treinamento.


Em fevereiro, em entrevista ao podcast De onde vem o que eu como, ele falou sobre a competição e ainda deu dicas de preparo de um bom café.


Como é a competição do café

Durante a prova, os participantes têm 15 minutos para fazer doze cafés que serão avaliados por quatro juízes.


Na ordem são o espresso, uma bebida com leite e um coquetel de café que não pode ter álcool. "O treinamento envolve montar o conceito da apresentação, escolher os cafés que a gente vai servir, desenvolver as receitas dos drinques, e tudo tem que casar muito bem", afirma Boram.


Boram Um, o terceiro da esquerda para a direita, na premiação de melhor barista do mundo — Foto: Reprodução/Instagram/World Coffee Championships


"É praticamente o treinamento de um atleta de alta performance, porque a gente faz rotinas, ajusta aqui e ali", diz o barista.


"Dá um nervosismo enorme. A gente treina até ficar automático, como atleta mesmo, de fazer tudo no instinto. Foram dois meses apenas focado nisso."

Estudou até a água grega

Assim como atletas, Boram tem até treinadores. Antes do Mundial, ele viajou para o Canadá, para um centro onde ficam os profissionais que trabalham com ele e são ex-campeões na competição.


Uma semana antes da disputa, Boram partiu para a Grécia, com o objetivo de saber mais sobre a água do local e encontrar os ingredientes específicos, que podem alterar o sabor do café.



"É nitidamente um trabalho de longo prazo. É muito difícil para qualquer país ganhar de primeira. A gente sabe que é uma construção: participar pela terceira vez, criar um respeito pelo profissional do barista brasileiro dentro da competição. Tudo isso gerou alta expectativa, mas sabemos que estávamos preparados e que tínhamos tudo 100% pronto para entregar", diz.


Boram não está sozinho: oito pessoas fizeram parte da equipe que o ajudou na conquista. Não tem prêmio em dinheiro, mas o vencedor leva itens como maquinários, equipamentos e viagens para países produtores de café.


Fonte: g1

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