segunda-feira, outubro 31, 2022

PRF diz que vai à Justiça para liberar vias bloqueadas por caminhoneiros após derrota de Bolsonaro

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, nesta segunda-feira (31), que vai acionar a Justiça para conseguir a liberação de vias bloqueadas por caminhoneiros após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições presidenciais, neste domingo (30). O petista Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com 50,9% dos votos válidos.


Bloqueio em rodovia de SC nesta segunda-feira (31) — Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação


Nesta manhã, rodovias de ao menos 13 estados haviam sido bloqueadas pelos manifestantes (veja mais abaixo). A PRF afirma que já acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa órgãos do governo em ações judiciais, para apresentar os pedidos à Justiça Federal.


"É importante destacar que a PRF já acionou a AGU em todos os estados onde foram identificados pontos de bloqueio, para obter interdito proibitório na Justiça Federal, objetivando, liminarmente, a expedição de mandado judicial como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras", diz a corporação, em nota.

A corporação afirma ainda que, "desde ontem, quando surgiram as primeiras manifestações, a PRF adotou todas providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos".


A nota também diz que "a PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando pelo fluxo livre nas rodovias federais, visibilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos, além de seguir monitorando de perto os locais com alta probabilidade de interdição".


Bloqueios pelo país


Rodovia no interior do AC é interditada em protesto contra resultado das urnas após derrota de Bolsonaro — Foto: Reprodução


Até por volta de 11h35 desta segunda-feira (31), havia 64 protestos nos seguintes estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.


Nesta manhã, a maior parte dos bloqueios era total, sem que qualquer veículo fosse liberado para passar nas vias tomadas pelos caminhoneiros. No entanto, houve locais onde veículos como ambulância ou carros de passeio eram autorizados pelos caminhoneiros a seguir viagem.


Também houve registros de motoristas de carros sendo hostilizados, com vidros sendo quebrados. Até a última atualização desta reportagem, não havia detalhes sobre o que motivou o começo das agressões ou se a polícia chegou a intervir em algum dos casos.


Veja detalhes sobre bloqueios em estradas:

Rio de Janeiro


Em Barra Mansa, no interior do Rio de Janeiro, a Via Dutra, que liga a capital fluminense à capital paulista, foi fechada nos dois sentidos por caminhoneiros no início da madrugada desta segunda-feira (31). Até a última atualização desta reportagem, a rodovia seguia totalmente bloqueada nos dois sentidos. A Polícia Rodoviária Federal não informou se algum tipo de veículo, como ambulância ou caminhão de alimentos, estava tendo a passagem liberada.


Goiás


Bloqueio da rodovia BR-040 em Luziânia após vitória de Lula, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera


Em Goiás, os bloqueios começaram na noite de domingo e seguiam na manhã desta segunda-feira. Foram queimados pneus e papelão em estradas, e houve congestionamentos nos dois sentidos em algumas vias. Moradores das cidades goianas do Entorno do DF informaram não estar conseguindo chegar ao trabalho nesta segunda, assim como estudantes. Somente ambulâncias estavam sendo liberadas. Até a última atualização desta reportagem, não havia registro de violência nos atos.


No início da manhã, as interdições ocorriam nos seguintes pontos: no km 101 da BR-060 (bloqueio total), em Anápolis; km 703 da BR-153, em Itumbiara (interdição parcial); km 19 da BR-040, em Luziânia; km 94 da BR-040, em Cristalina; km 196 da BR-364, em Jataí.


Mato Grosso


Em Mato Grosso, a concessionária que administra a BR-163 informou que, na manhã desta segunda-feira, havia bloqueios na rodovia em trechos nos municípios de Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Cuiabá e Várzea Grande. Em Rondonópolis, a informação era que a rodovia já havia sido liberada quando esta reportagem foi publicada. Segundo a PRF, houve queima de pneus nos protestos e não estava sendo permitida a passagem de nenhum veículo, nem mesmo os da concessionária.


Pará


Às 8h30, havia bloqueio na BR-163 na região de Santarém.


Paraná


Às 7h30, havia bloqueio da PR-317 em Maringá.


Rio Grande do Sul


Às 7h30, havia 2 bloqueios na ERS-122, 2 bloqueios na BR-285, 2 bloqueios na BR-116, um bloqueio na ERS-463 e um bloqueio nas BR 470, 158 e 153.


Santa Catarina


Às 7h40, havia 9 pontos de bloqueio na BR-101. 3 na BR-280, 3 na BR-470 e um ponto nas BR 116, 153 e 282;


São Paulo


Às 8h30, havia um ponto de bloqueio na BR-153 em São José do Rio Preto


Bahia


Na Bahia, o bloqueio ocorreu na BR-020, na altura de Luís Eduardo Magalhães. Os manifestantes bloquearam a rodovia e colocaram fogo em pneus.


Rondônia


Ao menos seis trechos da BR-364 e um da BR-421 foram bloqueados em Rondônia por apoiadores de Bolsonaro. As primeiras manifestações começaram na noite do domingo, logo após os resultados do segundo turno das eleições, e se espalharam por pelo menos cinco cidades na manhã desta segunda-feira (31).


Rio Grande do Sul


Cerca de 13 rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul foram bloqueadas em protestos que começaram ainda na noite de domingo.


Santa Catarina


Ao menos 21 trechos de rodovias em Santa Catarina tinham registro de bloqueios na manhã desta segunda. Vários manifestantes usavam camisetas do Brasil e bandeiras do país. Houve trechos com queima de pneus e também com areia jogada na rodovia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há liderança para negociar a liberação dos trechos.


O que diz a PRF?

Confira a íntegra da nota da PRF sobre os bloqueios:


"A Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição permanente de Estado, sempre trabalhou com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária, e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras.


É importante destacar que a PRF já acionou a AGU em todos os estados onde foram identificados pontos de bloqueio, para obter interdito proibitório na Justiça Federal, objetivando, liminarmente, a expedição de mandado judicial como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras


Desde ontem, quando surgiram as primeiras manifestações, a PRF adotou todas providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos.


Por fim, a PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando pelo fluxo livre nas rodovias federais, visibilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos, além de seguir monitorando de perto os locais com alta probabilidade de interdição."


Fonte: g1

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