quinta-feira, outubro 27, 2022

Em clima de pessimismo, campanha de Bolsonaro reconhece que última cartada surtiu efeito contrário ao esperado



Avaliação realista de integrantes da campanha de Jair Bolsonaro (PL) é que o movimento de criar um fato político na reta final da campanha, com a alegação de que rádios deixaram de exibir inserções da propaganda do presidente, surtiu efeito contrário ao esperado.


Líderes do Centrão, aliados do presidente, reconhecem que a estratégia evidenciou um discurso derrotista nesta reta final de campanha. Isso porque, caso houvesse um clima de otimismo, não haveria busca por um pretexto para alegar irregularidades nas eleições, faltando apenas quatro dias para a votação. O TSE não abriu a investigação pedida pela campanha, por entender que a alegação de irregularidade não tinha sequer "documentação crível".


Um experiente aliado de Bolsonaro disse ao blog que, apesar de a cortina de fumaça ter desviado da campanha a contaminação com o caso Roberto Jefferson -- que resistiu à prisão atirando na polícia --, o clima criado com a cartada das rádios não trouxe credibilidade nem conquistou a adesão de eleitores esperada pela ala ideológica da equipe bolsonarista.


"Serviu para alimentar a bolha nas redes sociais, mas não serviu para virar votos de indecisos e de eleitores de centro, o que seria fundamental nesta reta final de campanha", disse ao blog esse interlocutor do presidente.


Há um reconhecimento interno de que esse movimento da campanha também evidenciou o "modo desespero", ao tentar criar um fato novo, mas que não mobilizou nem o próprio Centrão, braço político do governo.


Clima na campanha

O clima na campanha é de pessimismo. Toda expectativa era de que nesta última semana seria possível avançar no eleitorado de centro, que votou em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) no primeiro turno. Ambos apoiam o rival de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).



Já no domingo (23), o caso Roberto Jefferson freou esse movimento.


Também há um reconhecimento que em Minas Gerais o governador Romeu Zema (Novo) não conseguiu fazer a virada prometida. O estado é considerado pelas campanhas o fiel da balança da eleição.


Fonte: Blog do Camarotti

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