domingo, outubro 09, 2022

Em BH, Lula diz que governador é livre para apoiar quem quiser, mas não pode pensar que 'povo é gado'

O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse neste domingo (9) durante visita a Belo Horizonte que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem "liberdade de apoiar quem ele quiser", mas que ele não pode pensar que o "povo é gado".


Lula, candidato à presidência pelo PT, concede entrevista coletiva em BH neste domingo (9) — Foto: Thiago Phillip/TV Globo


"A única coisa que ele tem que levar em conta é não pensar que o povo é gado. É não pensar que o povo pode ser tangido para lá ou para cá, o povo tem consciência do que está acontecendo no país", afirmou o ex-presidente em conversa com jornalistas após o evento.



Após o resultado do primeiro turno, Zema, reeleito com 56,18% dos votos, declarou apoio à reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (Pl). Em Minas Gerais, Lula venceu no primeiro turno com 48,29% dos votos, ante 43,60% de Bolsonaro.


"O povo pode medir quaisquer quatro anos meus com quatro anos de Bolsonaro. Belo Horizonte pode medir quatro anos meus com quaisquer quatro anos de Bolsonaro, que se o governador souber 10% do que nós fizemos em Minas Gerais, ele terá um problema de remorso ao não me apoiar", afirmou o ex-presidente.


"Agora, ele é livre. Ele é livre e eu vim aqui tentar convencer o povo mineiro de que a gente pode fazer mais por Minas Gerais."

Depois da coletiva, Lula saiu em caminhada da Praça da Liberdade até a Praça Tiradentes, na Região Centro-Sul da capital mineira. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o cantor Chico Buarque também participaram.


Ao discursar, Chico Buarque usou trechos da canção 'Apesar de você': " Reafirmando o que eu disse, em torno de de 50 anos, amanhã vai ser outro dia. Amanhã vai ser outro dia".


Lula em cima de caminhão durante caminhada em Belo Horizonte, neste domingo (9). — Foto: Reprodução/TV Globo


Campanha

Durante a entrevista com a imprensa, Lula também afirmou que a militância não pode aceitar nenhuma provocação e nem "entrar em encrenca". "Vão ser dias tensos, seja o cidadão mais pacífico do planeta Terra", disse ele, que afirmou ainda que acatará o resultado das urnas.


"Eu já perdi duas eleições para o Fernando Henrique Cardoso, perdi uma eleição para o [Fernando] Collor, e no dia seguinte voltei para casa sem reclamar da vida".


O ex-presidente disse que não venceu no primeiro turno, porque "uma parcela da sociedade" não quis que ele ganhasse e afirmou ser a eleição mais polarizada da histórica do país.



"Os votos estão definidos. Ou seja, quem é cruzeirense não abre mão de ser cruzeirense e quem é atleticano não abre mão de ser atleticano, nós temos aí alguns torcedores do América, que nós vamos tentar ganhar, que é o pessoal da abstenção, que não votou no primeiro turno", disse Lula em uma metáfora com os times de futebol mineiros.


"Eu tenho pedido para a militância do PT: não tem mais folga, agora é 24 horas por dia, todo santo dia. E ainda tem que enfrentar as fake news, desmontar as mentiras contadas", afirmou Lula sobre o trabalho da campanha nestas semanas até o segundo turno, que será em 30 de outubro.


Lula também voltou a criticar a ausência de políticas públicas do atual presidente para os indígenas, a Amazônia e para a questão climática. "Como eu penso 100% diferente dele, eu quero dizer que vamos fazer a mais importante política de preservação ambiental que esse país já viu, já fizemos quando era governo".


Entre 2004 e 2012, durantes os governos Lula e início do primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), o desmatamento da floresta amazônica caiu 83%, após a implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).



Durante o governo Bolsonaro, a derrubada da floresta cresceu por três anos seguidos – o que não acontecia desde o início do milênio. Em 2021, o desmatamento atingiu a maior área em 15 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


O candidato petista disse ainda que não se pode "confundir o agronegócio com o desmatador". "O agronegócio tem muita gente produtiva, muita gente séria, muita gente preocupada. Aquele que não quer preservar não é agronegócio, é bandido mesmo", afirmou Lula, num afago a um setor que apoia, majoritariamente, a reeleição do atual presidente.


Fonte: g1

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