segunda-feira, setembro 26, 2022

Mais de 800 são detidos em protestos contra convocação de reservistas na Rússia

Mais de 800 pessoas foram detidas durante protestos ao redor da Rússia contra a convocação de 300 mil reservistas anunciada Mais de cem pessoas foram detidas no domingo (25) no Daguestão durante um protesto contra a mobilização militar nesta região russa do Cáucaso, que já pagou um preço elevado desde o início da ofensiva na Ucrânia.


Policiais russos detêm um homem durante um protesto de rua contra a mobilização de reservistas ordenados pelo presidente da Rússia Vladimir Putin — Foto: Reuters


De acordo com a ONG OVD-Info, que monitoras as ações da oposição, a polícia de Makhatchkala, capital do Daguestão (sudoeste da Rússia) prendeu 101 pessoas.


No dia anterior, cerca de 740 pessoas foram presas no país inteiro.


A República do Daguestão é um dos territórios mais pobres da Rússia. É uma região multiétnica de maioria muçulmana e que sofreu na primeira década do século com uma guerra entre as forças russas e uma guerrilha extremista.



Também é uma das regiões russas com maior proporção de homens mortos na Ucrânia desde o início da ofensiva russa contra Kiev, de acordo com meios de comunicação independentes.


Manifestantes anti-Rússia são atacados durante protesto nesta segunda-feira (21) — Foto: REUTERS


Para tentar acalmar a população, o comandante militar do Daguestão, Daitbeg Mustafayev, afirmou que serão convocados prioritariamente homens com "especialização militar" e que recrutas não serão enviados à Ucrânia.


Nos últimos dias, vários protestos foram registrados na Rússia contra a mobilização parcial ordenada em 21 de setembro pelo presidente Vladimir Putin.


Nesta segunda-feira (26), um homem abriu fogo contra um centro de recrutamento do exército na Sibéria e feriu um militar.



O incidente aconteceu na cidade industrial de Ust-Ilimsk, ao norte de Irkutsk, na vasta e pouco habitada região da Sibéria.


O governador de Irkutsk, Igor Kobzev, informou que um militar está em "condição crítica" e o atirador, de 25 anos, foi detido.


De acordo com a organização OVD-Info, mais de 2.300 pessoas foram detidas desde o anúncio de Putin em protestos contra a mobilização militar. Muitos russos também deixaram o país.

Os críticos acusam o Kremlin de querer mobilizar prioritariamente os homens que vivem em zonas pobres e remotas.


Fonte: France Presse

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