domingo, agosto 07, 2022

Cônsul alemão preso suspeito de matar o marido tem prisão em flagrante convertida em preventiva

Durante audiência de custódia neste domingo (7), a Justiça do Rio de Janeiro converteu em preventiva a prisão em flagrante do cônsul alemão Uwe Herbert Hah, preso pela morte do marido Maximillen Biot na sexta-feira (5) no apartamento do casal em Ipanema, Zona Sul do Rio.


Cônsul Uwe Herbert Hahn é tranferido para presídio na Zona Norte do Rio — Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo


Uwe disse que o marido sofreu um mal súbito, na noite da sexta-feira (5), bateu a cabeça e morreu. Mas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) constatou inúmeros ferimentos na cabeça e no corpo de Biot.


Cônsul Uwe Herbert Hahn é transferido para presidio de Benfica — Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo


Surto e queda

Em depoimento, o cônsul contou que o marido teria entrado em surto e começou a correr em direção ao terraço. Ele disse que o marido tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão e fez alguns barulhos, que ele não sabe informar se seriam gemidos ou dor.


Uwe contou que estava na cozinha preparando uma massa, quando ocorrer a queda e que ela não sabe dizer se o marido bateu com a cabeça em alguma mobília ou no chão.


O cônsul ainda disse que ficou desesperado e chegou a dar um tapa nas nádegas de seu marido para tentar reanimá-lo e que depois foi até a portaria para pedir ajuda ao porteiro, que acionou o Samu.


Lesão na parte posterior

De acordo com o laudo, a lesão que provocou a morte de Biot foi traumatismo craniano na parte posterior do corpo. Contudo, o marido relatou que a vítima caiu de frente para o chão.


"Trauma craniano, em que pese não ter provocado fratura, ainda assim é passível de lesão intracraniana pelo impacto (golpe), contragolpe e aceleração-desaceleração do cérebro móvel", indica o perito, que não descarta nenhuma possibilidade no momento da queda, até que o corpo tenha girado e batido em algum outro lugar.



Em função disso, ele ressaltou que aguarda a perícia do local e exame toxicológico para definir outras possibilidades.


Morte violenta

A análise do corpo no IML e a perícia no apartamento do casal, em Ipanema, mostraram que o belga foi alvo de uma morte violenta, de acordo com a polícia.


"A conclusão foi baseada na perícia técnica e a versão apresentada pelo cônsul de que a vítima se exasperou e caiu, ela está na contramão das conclusões do laudo pericial. Ele aponta diversas equimoses, inclusive na área do tórax, que seria compatível com pisadura. Lesões compatíveis com agressão por instrumento cilíndrico. O cadáver grita as circunstâncias de sua morte", disse a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP, ao justificar o pedido de prisão do cônsul.


Inicialmente, o Samu foi chamado para socorrer Walter, mas o médico encontrou o belga já em parada cardiorrespiratória e com lesões no corpo — em especial, uma na cabeça e outra nas nádegas —, a equipe não quis atestar a morte e o corpo foi encaminhado para o IML.


Perícia mostrou marcas no corpo e limpeza no apartamento

O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon). A perícia da Polícia Civil foi chamada e encontrou situações suspeitas no lugar.


A primeira delas é que o apartamento havia sido limpo por uma secretária do cônsul. Ela disse que providenciou a limpeza porque um cachorro estaria lambendo poças de sangue.


Walter Henri Maximillen Biot e o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn eram casados há 23 anos — Foto: Reprodução


Os peritos também detectaram manchas de sangue em uma poltrona, que parecia ter sido recém-lavada.


Os investigadores devem usar luminol, substância que reage a manchas de sangue, em uma nova perícia.


O casal estava junto havia 23 anos, e morava havia quatro anos no Rio. Na delegacia, o cônsul disse à polícia que o marido estava triste porque o casal estava de mudança para o Haiti. Walter faria 53 anos no próximo sábado.


O apartamento do cônsul tinha marcas de sangue — Foto: Tv Globo

Poltrona com macha de sangue lavada — Foto: TV Globo

Identidade do belga Walter Henri Maximilien Biot — Foto: Reprodução

Belga morava em Ipanema — Foto: Reprodução


Fonte: g1

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