segunda-feira, junho 20, 2022

Investigada por golpes, cantora gospel Izabela Cristy conta rotina na prisão; 'Deus me colocou ali'

A cantora gospel Isabela Cristi Gomes Barros, que se apresenta nas redes sociais como Izabela Cristy, de 28 anos, está em prisão domiciliar há 20 dias após deixar o Presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.


Isabela Cristi Gomes Barros é suspeita de aplicar golpes em esquema de pirâmide financeira — Foto: Reprodução / Instagram


Ela e o marido são suspeitos de terem causado prejuízos a cerca de 300 pessoas usando uma plataforma de investimento no estilo pirâmide.


Morando na casa dos pais, em outra cidade da Grande BH, Isabela conversou com a reportagem do g1, nesta segunda-feira (20), e contou como foi a rotina dentro da prisão. A cantora, que também é influencer digital, foi presa no dia 6 de maio.



"Quando eu entrei na prisão, tive um sentimento de injustiça, fui presa injustamente e quem me deu o golpe não estava ali. Então, eu resolvi adorar a Deus naquele lugar, escutei histórias (das outras presas), consegui que elas aceitassem Jesus", contou.


Isabela disse que passou por duas celas onde realizava cultos para outras detentas. Após as orações, ela cantava para as mulheres de todo o pavilhão, cerca de 200, ainda de acordo com ela.


"Das duas celas, eu ganhei 15 almas para Jesus. Deus me colocou ali por um propósito de ajudar às pessoas. Elas pediam para eu cantar todos os dias, perguntavam 'cadê a cantora gospel?'. Lancei minha música 'Novidade' e todas aprenderam a cantar", afirmou.


Madrugadas de oração

Isabela contou que acordava de madrugada para orar e chorava ao lembrar da filha, que tem 5 meses.



"Longe da minha filha eu sentia um vazio, meu leite secou, as lágrimas desciam. Depois do café da manhã, eu ficava lá ouvindo as histórias. Após o jantar, eu fazia o culto todos os dias e depois começava a cantar", afirmou .


Com a prisão domiciliar, a menina está morando com a cantora. O companheiro dela e pai da criança, David Robson, segue preso.


"A auditoria na empresa continua e quem não recebeu ainda vai receber. Mesmo na prisão domiciliar, estou juntando as provas e voltei a fazer a propaganda pelo Instagram da minha linha de cosméticos. Nós também fomos vítimas de golpe e quero que a justiça seja feita", finalizou.


Prisão domiciliar

A conversão preventiva por prisão domiciliar é prevista para mulher com filho de até 12 anos, "desde que não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa e, ainda, não tenha praticado o crime contra seu filho ou dependente". 


A defesa de Isabela conseguiu comprovar que ela é mãe de uma recém-nascida e que o crime investigado não foi praticado mediante violência ou grave ameaça contra pessoa e que, além disso, o pai da menina, David, também teve a prisão preventiva decretada. 


Exigências para prisão domiciliar

Com a prisão domiciliar, Isabela passou a usar tornozeleira eletrônica podendo sair de casa "somente em hipóteses excepcionais de força maior ou estado de necessidade como, por exemplo, de emergência médica sua ou de seus familiares, devidamente comprovado por atestado médico". 


DOIS MOMENTOS: Na foto da esquerda, Isabela Cristi chega à delegacia em Lagoa Santa para prestar depoimento no dia 9 de maior; à direita, foto que ela divulgou nas redes sociais exibindo vida de luxo — Foto: TV Globo e reprodução / Instagram


Isabela também não pode sair do país ou da região metropolitana, salvo com autorização judicial. O passaporte da suspeita foi apreendido e ela ainda é obrigada a recarregar a tornozeleira eletrônica.  


A prisão

De acordo com a Polícia Militar, Isabela e David Robson foram presos no apartamento onde moram, em Lagoa Santa, na Grande BH, no dia 6 de maio.


Segundo o sargento Alexandre Miranda Gonçalves, eles resistiram à ordem de prisão e a porta do imóvel precisou ser arrombada. Além disso, uma filha pequena, de aproximadamente 3 meses, foi utilizada como escudo.


A corporação informou que havia mandado de prisão contra os dois, que eram considerados foragidos.


Investigação

Segundo as investigações, além de artistas, os suspeitos também se apresentavam como "traders". No mercado financeiro, são os profissionais que realizam transações diárias de compra e venda, especialmente na bolsa de valores. Quem aplicava o dinheiro tinha a promessa de receber muito mais em pouco meses, mas não foi isso que aconteceu.


Fonte: g1

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