quinta-feira, junho 09, 2022

Desaparecidos na Amazônia: perícia encontra sangue em lancha, e delegado pede prisão temporária de suspeito

Vestígios de sangue foram encontrados nesta quinta-feira (9) na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, investigado por envolvimento no desaparecimento na Amazônia do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Ainda não se sabe se o sangue é humano ou de animais. A Polícia Civil pediu a prisão temporária dele.


De acordo com o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), não há, por enquanto, uma decisão sobre o pedido de prisão. Uma audiência de custódia está prevista para esta quinta às 18h no horário local de Atalaia do Norte (AM) (20h no horário de Brasília).


Conhecido como "Pelado", Amarildo, de 41 anos, está preso desde terça-feira (7), mas por outro motivo. Durante as investigações sobre o sumiço dos dois, as autoridades encontraram com ele uma porção de droga e munição de uso restrito.



Na ocasião, também foi apreendida a lancha usada por ele. No domingo (5), dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, ele foi visto por ribeirinhos passando no rio logo atrás da embarcação dos dois, no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.


Perícia

De acordo com o delegado do município de Atalaia do Norte (AM), Alex Perez Timóteo, a perícia na embarcação feita com o uso de luminol apontou "vários vestígios de sangue".



"Resta saber, comprovar, com o laudo, se se trata de sangue humano ou de animal. Ainda não temos essa confirmação, mas a perita informou que o laudo sairá em tempo hábil", afirmou o delegado, sem dar, porém, uma previsão de quando isso deve acontecer.

A Polícia Federal informou que o material coletado durante a perícia foi encaminhado de helicóptero para Manaus para ser analisado.


Ainda segundo o delegado Alex Perez Timóteo, duas novas testemunhas foram ouvidas na quarta-feira (8). Uma delas contou que estava em viagem e presenciou o momento em que o indigenista e o jornalista passaram e, minutos depois, viu Amarildo e outra pessoa em outra embarcação.



"Seguindo viagem, em determinado momento, viu a embarcação de Amarildo, só que Amarildo estava sozinho. Seguiu viagem até que [a testemunha] perdeu contato com a embarcação de Bruno e Dom, assim como a de Amarildo", contou o delegado.


Buscas

As buscas pelos dois começaram ainda no domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Sem obter sucesso, a organização indígena acionou na segunda-feira (6) as autoridades e divulgou nota à imprensa comunicando o desaparecimento dos dois.


Mapa mostra onde jornalista e indigenista desapareceram na Amazônia — Foto: Arte/g1


Desde então, diversos órgãos federais estão envolvidos na operação para tentar encontrá-los. Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) participam das buscas, além da Marinha e do Exército.


O governo do Amazonas também enviou bombeiros, policiais civis e militares para reforçar a procura.


Fonte: g1

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