quarta-feira, maio 25, 2022

Petrobras alerta o governo para o risco de faltar diesel se preço não for reajustado



Executivos da Petrobras têm alertado o governo para o risco de faltar diesel no país se o governo decidir segurar o preço do combustível.


O alerta tem sido feito desde o início do ano e foi reforçado nos últimos dias, depois que o presidente Jair Bolsonaro decidiu fazer novas mudanças na estatal.


O aumento mais recente, de quase 9%, foi concedido no início de maio para garantir que os importadores pudessem seguir importando o produto sem risco de prejuízo no país.


Bolsonaro não gostou do aumento e decidiu demitir tanto o ministro de Minas e Energia como o presidente da petroleira e cobrar mudanças na sistemática de reajuste de preços.


Atualmente, cerca de 30% do diesel consumido no país é importado, porque as refinarias instaladas no Brasil não têm capacidade para refinar todo.


Por isso, se o preço no exterior é maior que no país, os importadores deixam de trazer o produto.


A saída para o governo evitar um desabastecimento seria a Petrobras bancar essa conta, importando o produto mais caro para vender mais barato no país.


Só que, pelas regras atuais do estatuto da companhia, quem paga essa conta é a União, e não a petroleira. Aí, seria preciso mudar o estatuto, o que a atual diretoria não aceita.


Por isso a decisão de trocar não só os membros do conselho de administração como também a diretoria da empresa para promover essas mudanças.


Além disso, caso queira segurar os preços dos combustíveis durante as eleições, o governo teria também que abrir uma exceção nas regras da empresa para que a paridade de preço de importação ficasse suspensa durante um período, como o atual, influenciado por uma guerra.


Se não mudar essas regras, a estatal precisa chegar ao final do ano com seus preços equiparados aos do mercado internacional. Caso contrário, a União também tem de bancar essa conta ou fica sujeita a ações na Justiça de ressarcimento, tanto aqui como lá fora, já que a empresa tem ações negociadas na bolsa de Nova York.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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