domingo, maio 01, 2022

Número de benefícios do Auxílio Brasil supera carteiras de trabalho assinadas no RN

O Rio Grande do Norte tem mais beneficiários do programa Auxílio Brasil que pessoas empregadas com carteira assinada, de acordo com dados do governo federal levantados pelo g1 RN.


Fila para buscar agendamento no CadÚnico, em Natal (Arquivo) — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi


Em abril, o estado teve 443.482 famílias atendidas pelo programa assistencial, recebendo em média R$ 408,66. Por outro lado, registrou estoque de 437.500 empregos formais em março, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (28).


O levantamento não leva em conta os servidores públicos, além de trabalhadores informais, microempreendedores, entre outras pessoas que têm CNPJ, por exemplo.


Ao todo, segundo o Ministério da Cidadania, o auxílio injetou R$ 181,2 milhões no estado em abril - valor superior ao Fundo de Participação dos Municípios, que foi de R$ 149,2 milhões.


Para o professor do Departamento de Economia da UFRN, Thales Penha, de maneira geral, a economia do estado conta com baixo dinamismo, com concentração de empregos principalmente na região metropolitana de Natal e cidades-pólo como Mossoró.


"Esse baixo dinamismo é característica do estado. Há uma concentração da atividade econômica na capital e no interior há uma grande massa de trabalhadores informais, de pessoas que vivem de 'bico'. Temos, por exemplo, muitos agricultores que trabalham na informalidade durante parte do ano e no restante depende de programas sociais", aponta.


De acordo com ele, o processo de estagnação econômica do estado já dura aproximadamente 30 anos, após um período de crescimento provocado pela cultura do algodão e chegada de várias indústrias ao estado na década de 1970.


Por outro lado, o professor avalia que no Brasil como um todo, há uma característica de informalidade do trabalho, em que as massas de trabalhadores formais e informais chegam a ser quase iguais em quantidade.


Cidades

Em Natal, o número de empregados com carteira assinada é superior ao de beneficiários do programa social. Segundo o Caged, até março a capital contabilizava 204.582 vagas de trabalho formal, enquanto o número de famílias atendidas pelo Auxílio Brasil foi de 63.819 em abril.


O mesmo aconteceu em cidades como Mossoró, que tem 56.839 empregos formais e 28.753 benefícios. Em Caicó, na região do Seridó potiguar, há um estoque de 8.543 empregos formais, contra 6.690 benefícios do Auxílio Brasil.


Mas a quantidade de beneficiados já é maior que a de empregados em Pau dos Ferros - cidade-polo na região do Alto Oeste potiguar. Foram 3.908 auxílios pagos em abril, contra um estoque de 3.592 empregos formais.


A diferença é ainda maior nas pequenas cidades. Em Luís Gomes, onde a população é estimada em pouco mais de 10 mil pessoas, foram pagos 1.660 benefícios em abril, enquanto o município conta com registro de apenas 83 empregos formais.


Na menor cidade potiguar, Viçosa, o governo federal pagou 446 benefícios em abril. Em março, o município de pouco mais de 1,7 mil moradores só tinha 14 vagas de trabalho formal preechidas, segundo o Caged.


Fonte: g1

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