segunda-feira, abril 11, 2022

Ucraniana reconhece filho morto em poço perto de Kiev pelos sapatos

Uma mulher ucraniana que encontrou seu filho em uma vala nos arredores de Kiev disse que reconheceu o menino, de 23 anos, pelos sapatos. Ele foi uma das mais de 1.200 pessoas que, segundo a Ucrânia, foram mortas em cidades e vilarejos nos arredores de Kiev por tropas russas. Moscou nega ter matado civis e acusa Kiev de montar cenas falsas.


Mãe chora ao reconhecer o corpo do filho em Buzova, na região de Kiev. Segundo o chefe da administração local, ele teria sido mortos por soldados russos — Foto: Reuters/Zohra Bensemra


O jovem, identificado como Evgueni, foi morto e jogado em um poço junto de outras vítimas perto da cidade de Buzova, nos arredores de Kiev. Depois de as tropas russas deixarem a região, na semana passada, a polícia ucraniana chegou ao local. Ao retirar os corpos do buraco, a mãe de Evgueni, que procuravam pelo jogem, o reconheceu pelos sapatos, segundo ela contou.


"Meu coração está tão pesado. Que horrível! Como é possível fazer isso?", lamentou a mulher, que pediu aos policiais: "Deixe-me apenas vê-lo por um momento. Meu menino".


A funcionária da prefeitura da cidade Liudmila Zakabluk afirmou que o jovem fazia parte das Forças de Defesa Territoriais, uma unidade de reserva do exército ucraniano e que estava desaparecidos desde 16 de março, quando tropas russas dominavam a região.


A execução de prisioneiros de guerra é proibida pela Convenção de Genebra.


'Se isto não é um crime de guerra, o que é um crime de guerra?'

"Até o momento, temos 1.222 pessoas mortas apenas na região de Kiev", informou a procuradora-geral Iryna Venediktova ao canal britânico Sky News. Ela não especificou se os corpos descobertos eram exclusivamente de civis, mas também mencionou 5,6 mil investigações abertas por supostos crimes de guerra desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.


Venediktova já havia declarado, há uma semana, que 410 civis foram encontrados mortos depois que as forças russas se retiraram de posições que detinham na região de Kiev, de onde não conseguiram tomar a capital diante da feroz resistência dos ucranianos. A procuradora-geral então sugeriu que provavelmente havia muitos outros corpos que ainda não tinham sido recolhidos e avaliados.



Só na cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, que se tornou um símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, de acordo com um relatório anunciado pelas autoridades ucranianas em 2 de abril. "Se isto não é um crime de guerra, o que é um crime de guerra?", perguntou sexta-feira (8), em Bucha, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que foi ratificar o apoio da UE à Ucrânia.


"[O incidente em] Bucha não foi feito da noite para o dia. Por muitos anos, as elites políticas e a propaganda russas incitaram o ódio, desumanizaram os ucranianos, alimentaram a superioridade russa e prepararam o terreno para essas atrocidades", escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.


Fonte: g1

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