segunda-feira, abril 25, 2022

Centrão de Bolsonaro avança em projeto para anistiar aliados e diz ter votos para salvar mandato de Silveira

Líderes do chamado centrão — bloco de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso — avançaram nas negociações de um projeto de lei que visa anistiar apoiadores do presidente da República que são alvos de investigações por crimes de natureza política desde 2018.


Daniel Silveira durante posse de ministros em evento no Planalto, em março de 2022 — Foto: EVARISTO SA / AFP


A cúpula da Câmara, comandada pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL), já foi avisada pelos principais deputados apoiadores de Bolsonaro de que o objetivo é votar o quanto antes a urgência do projeto, de preferência nas próximas semanas. Por isso, para acelerar a tramitação da proposta, eles articulam votar a urgência do projeto para pular etapas como a discussão em comissões da Câmara.


Se aprovado, o projeto pode anistiar investigados como Roberto Jefferson e o blogueiro Allan dos Santos, ambos na mira do Supremo Tribunal Federal.


Além do projeto da anistia, a base de Bolsonaro já avisou ao Planalto que, hoje, teria votos para livrar Daniel Silveira (PTB - RJ) da cassação do mandato.


Silveira, condenado a prisão pelo STF, também foi condenado à perda do mandato pelos ministros da corte — mas a Câmara acionou o STF para que seja ela a dar a última palavra sobre os casos de cassação — como em outros casos.


No STF, a análise da cassação pelo Congresso, no caso específico, divide ministros da corte —mas eles são unânimes a respeito da sua inelegibilidade. O objetivo do Planalto é tentar reverter, também, a punição pela inelegibilidade de Silveira, além de salvar seu mandato.


Nos bastidores, aliados de Bolsonaro disseram ao blog que querem salvar o mandato de Silveira em uma espécie de "compensação" e "recado" ao STF de que, na avaliação deles, a dosimetria da pena de prisão de 8 anos foi "exagerada".


Nova crise

A crise entre o governo e o Judiciário ganhou um novo capítulo ontem, após o Ministério da Defesa reagir a uma fala do ministro Luís Roberto Barroso de que as Forças Armadas estariam orientadas a atacar o processo eleitoral.


O ministro, nos bastidores, se preocupa com as reiteradas investidas do presidente Bolsonaro ao sistema de segurança eleitoral, muitas vezes avalizados por militares que trabalham e apoiam o governo, como o ex-ministro da Defesa e futuro vice de Bolsonaro, Braga Netto.


Ontem, Paulo Sergio, atual comandante da Defesa, foi orientado a divulgar uma nota reagindo a Barroso — e fez questão de enviar a resposta a alguns políticos, para reforçar o seu posicionamento.


Segundo o blog apurou, Arthur Lira foi avisado por bolsonaristas de que existiria amplo apoio ao projeto da anistia e tem repetido, nos bastidores, que se houver adesão ampla, não terá como ficar contra a Casa e pautará o tema.


Fonte: Blog a Andréia Sadi

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