quarta-feira, março 02, 2022

Diplomata ucraniano pede ao governo brasileiro para cortar relações comerciais com a Rússia

O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, fez um apelo nesta quinta-feira (2) ao governo do Brasil: cortar as relações comerciais com a Rússia.


O encarregado de Negócios da Embaixada da Ucrânia, Anatoliy Tkach — Foto: Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo


Tkach disse que essa medida permitiria ampliar a pressão contra os russos, que invadiram a Ucrânia e bombardeiam cidades do país na guerra deflagrada há uma semana.


"Gostaríamos de uma maior pressão sobre a Rússia. Nós apelamos para se cortar todos os laços comerciais com a Rússia para pressionar. As empresas internacionais já estão cortando essa cooperação, como Netflix e BMW e outras não operam mais na Rússia", declarou.


Para o diplomata, se o governo não tomar essa iniciativa, que as empresas brasileiras o façam. "Se não for ao nível estatal, que seja ao nível das empresas", afirmou.


Nesta quinta, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções uma resolução que condena a invasão russa à Ucrânia. O texto "deplora nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia", mas não tem necessariamente efeito prático — o efeito é político, por demontrar o relativo isolamento internacional da Rússia e a uma ampla maioria de países contrários à invasão.


"Agradecemos a todos os países que apoiaram a resolução. Agradecemos ao Brasil por votar em favor dessa resolução", disse o representante da embaixada da Ucrânia. "Mas até o fim da ocupação dos territórios precisamos fazer outros esforços de pressão sobre a Rússia. Precisamos de mais sanções. A União Europeia está preparando um novo pacote de sanções", acrescentou.


Sobre os vistos humanitários para ucranianos prometidos pelo presidente Jair Bolsonaro, Anatoliy Tkach disse que a Embaixada da Ucrânia está "aguardando e esperando" essa portaria. Disse que vê a possibilidade como um "gesto de solidariedade".


"Os ucranianos já estão no Brasil há mais de 130 anos. Contribuíram para o desenvolvimento do Brasil, econômico e cultural. Os que chegam também vão enriquecer o Brasil", afirmou.


Para Anatoliy Tkach, além da ajuda humanitária prometida, seria um "bom gesto" de Bolsonaro declarar publicamente solidariedade à Ucrânia.


As declarações de Tkach nas entrevistas diárias que tem concedido provocaram desconforto no Palácio do Planalto, segundo informou o Blog do Camarotti.


Tkach já afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está "mal informado" ao se dizer "neutro" em relação ao conflito. Depois de o ministro Carlos França (Relações Exteriores) ter declarado que a posição do Brasil é de "imparcialidade", disse que imparcialidade não se aplica quando se sabe quem é o agressor.


Fonte: g1

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