segunda-feira, julho 12, 2021

Reverendo que negociou vacinas apresenta atestado e informa 'impossibilidade' de ir à CPI



O reverendo Amilton Gomes de Paula apresentou nesta segunda-feira (12) um atestado médico informando a “impossibilidade momentânea” de comparecer à CPI da Covid. O depoimento era previsto inicialmente para ocorrer na próxima quarta-feira (14).


O documento foi protocolado na comissão e é mantido sob sigilo. A CPI apenas informa que o reverendo “encaminha atestado médico, informando da impossibilidade momentânea de comparecer ao depoimento agendado para o dia 14.07.2021”.


O G1 apurou que o atestado do reverendo é de 15 dias, valendo a partir de 9 de julho. Com isso, ainda não está definido o dia do depoimento. O G1 também apurou que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), convocou o reverendo a ir ao Senado nesta terça (13) para passar por uma perícia médica.


A convocação do reverendo foi aprovada na última quarta-feira (7). Amilton Gomes de Paula, fundador de uma entidade chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), negociava a venda da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.


A Senah é uma organização evangélica fundada em 1999, com sede em Águas Claras (DF). Após a fundação, a entidade passou a desenvolver o Fest Vida, um projeto de ação sociocultural no DF e em cidades de Goiás do Entorno do DF.



Conforme revelou o Jornal Nacional, e-mails mostram que o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde Lauricio Monteiro Cruz deu aval para que o reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses do imunizante com a empresa americana Davati.


Lauricio Cruz foi exonerado da diretoria de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde na última quinta-feira, após a revelação do caso.


Em um dos e-mails, o reverendo chega a tratar sobre valores do imunizante e pede a atualização do preço da AstraZeneca para US$ 17,50 por dose – valor que representa três vezes mais do que os US$ 5,25 que o Ministério da Saúde pagou em cada dose da vacina comprada em janeiro, de um laboratório na Índia.


Nome citado na CPI

O nome do reverendo foi citado pela primeira vez na CPI no último dia 1º, durante depoimento do policial militar Luiz Paulo Dominguetti – que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, empresa que atuaria como intermediária na compra de vacinas.


O PM afirma ter recebido uma cobrança de propina por dose de vacina durante as negociações com o governo brasileiro.


Dominguetti afirmou que participou de duas reuniões no Ministério da Saúde – ambas viabilizadas pelo reverendo. Os encontros na pasta foram com Lauricio Cruz, com o tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística, e com o coronel Elcio Franco, o então secretário-executivo da pasta.


Agenda da CPI

A agenda da CPI para esta semana, antes do atestado do reverendo Amilton, previa os seguintes depoimentos:


Terça-feira, 13-7: Emanuele Medrades, diretora da empresa Precisa

Quarta-feira, 14-7: Reverendo Amilton de Paula, presidente da Senah

Quinta-feira, 15-7: Coronel Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde

Sexta-feira, 16-7: Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil


Fonte: G1

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