quinta-feira, agosto 06, 2020

PF prende ex-presidente da Juceg e apreende R$ 110 mil em apartamento de Alexandre Baldy durante força-tarefa da Lava Jato

A força-tarefa da Lava Jato cumpre mandados em Goiânia, nesta quinta-feira (6), referentes à Operação Dardanários, da Polícia Federal, que apura desvios na Saúde do Rio de Janeiro. Segundo a corporação, na capital goiana, os policiais prenderam o ex-presidente da Junta Comercial de Goiás (Juceg) Rafael Lousa e apreenderam um cofre com R$ 110 mil em espécie e um tablet em um apartamento de Alexandre Baldy.

R$ 110 mil encontrados em cofre apreendido em apartamento de Alexandre Baldy em Goiânia — Foto: Reprodução/PF-RJ
R$ 110 mil encontrados em cofre apreendido em apartamento de Alexandre Baldy em Goiânia — Foto: Reprodução/PF-RJ

Baldy atualmente é secretário de Transportes em São Paulo e também foi preso nesta manhã, mas em sua residência na capital paulista.

A assessoria de Baldy informou, por meio de nota, que a prisão dele está relacionada a irregularidades investigadas à época que o político era secretário de Indústria e Comércio, mas que considera "desnecessário e exagerado determinar uma prisão por supostos fatos de 2013 ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou".

Advogado de Rafael Lousa, Tadeu Batos informou que o cliente "não tem nenhum envolvimento com qualquer irregularidade em relação à contratação". "Ele fez todos os esclarecimentos e respondeu a todas as perguntas, apresentou as senhas dos celulares, não deixou nada em dúvida em relação à sua atuação como presidente da Junta Comercial, esclarecendo todos os pontos apresentados pelo delegado", complementou.

Rafael Lousa ex-presidente da Juceg — Foto: Reprodução/Juceg
Rafael Lousa ex-presidente da Juceg — Foto: Reprodução/Juceg

A Polícia Federal informou que, à princípio, não foi possível abrir o cofre ainda na residência de Baldy, por isso ele foi levado à sede da corporação em Goiânia. Lá dentro, foram encontrados R$ 110 mil em espécie. O dinheiro deve ser levado para o Rio de Janeiro.

De acordo com a PF carioca, o objetivo da operação é desarticular grupo de empresários e agentes públicos que faziam contratações dirigidas, especialmente na área da saúde.

Operação
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, expediu seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Petrópolis (RJ), São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Goiânia e Brasília.

Secretário de Transportes de São Paulo, o goiano Alexandre Baldy foi detido na capital paulista nesta manhã. Segundo as investigações, ele é apontado por atos suspeitos antes de assumir a pasta no governo paulista.

Baldy é ex-deputado federal do PP de Goiás e ex-ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer.

Entre os mandados, foi cumprido um de busca e apreensão em um endereço ligado a Baldy em Brasília. No local, a Polícia Federal apreendeu R$ 90 mil em espécie.

Contratos investigados
A TV Globo apurou ainda que, entre os contratos investigados, estão o de Organizações Sociais (OSs) com o Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Hurso), em Goiás; com a Junta Comercial Goiana e com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa/Fiocruz).

Baldy teria oferecido vantagem a um colaborador para não entregar o esquema, segundo a investigação.

Por meio de nota, a direção do Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), responsável atualmente pela administração do Hurso, informou que "na época da investigação do esquema, a organização Social responsável era a Pró-Saúde".

Por sua vez, a Pró-Saúde informou que, "desde 2017, tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para o fortalecimento de sua integridade institucional".

Já a Juceg afirmou, por meio de nota, que tratam-se de contratos firmados em gestões anteriores, datados do anos de 2013. A entidade "esclarece ainda que não foi alvo de nenhum mandado por parte da PF e tampouco por parte do MPF na data de hoje e que há, em vigência, desde 2019, quando a nova gestão do governo de Goiás assumiu, 25 contratos atuais com empresas, nenhuma delas citadas na operação".

A Juceg complementou que a sua atual gestão "não coaduna com direcionamento de contratos ou qualquer outra atividade ilícita, pautando todos os seus atos pela transparência, legalidade e impessoalidade".

Fonte: G1

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