segunda-feira, agosto 03, 2020

Governadora do RN demite delegado preso em operação que investigou fraude no Ipern

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) demitiu por "transgressões disciplinares de natureza grave" e improbidade administrativa, um delegado preso em 2015 durante uma operação da própria Polícia Civil, que descobriu fraudes contra o Instituto de Previdência do Estado. O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado do sábado (1º).

Delegado Olavo Dantas de Medeiros Junior, preso na operação 'Prata da Morte' — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
Delegado Olavo Dantas de Medeiros Junior, preso na operação 'Prata da Morte' — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Além de responder na Justiça, Olavo Dantas de Medeiros Júnior também foi alvo de um processo administrativo disciplinar que culminou na sua demissão. Segundo o portal da transparência do estado, o ex-delegado recebeu, pelo menos até junho, salário bruto de R$ 27.730,21. O G1 não conseguiu contato com o ex-servidor. Em 2015, ele negou o crime.

O agora ex-delegado foi preso na operação Prata da Morte, que investigou o desvio de recursos no Ipern. Ele acabou sendo indiciado por nove crimes. As investigações revelaram que ele e outras quatro pessoas fraudaram a pensão por morte de pelo menos um ex-auditor fiscal do estado.

A investigação teve início após a polícia receber uma informação através do Whatsapp do Disk-Denúncia da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed), que apontava que o delegado Olavo Dantas de Medeiros Júnior teria procurado um homem e feito a proposta de fraudar uma documentação para que ele e seus familiares pudessem receber a pensão deixada pelo auditor fiscal Gonçalo Pereira de Melo, já falecido. De acordo com a denúncia, a proposta teria sido aceita e o plano executado. Além da pensão, os denunciados teriam recebido ainda R$ 240 mil que estavam depositados na conta do falecido.

As investigações, que tiveram início em fevereiro de 2015, também teriam apontado a participação de outras quatro pessoas no esquema: uma advogada, que foi responsável pela realização de um inventário administrativo no 5º Cartório do Alecrim (com renúncia dos herdeiros) e pelo levantamento do dinheiro que estava depositado na conta do falecido, através de um alvará judicial obtido de forma ilegal; outra mulher, suspeita de falsificar os documentos utilizados pelo grupo para fraudar a pensão; e outra, que se passou por companheira do auditor falecido.

O montante recebido indevidamente pelo grupo desde o início do esquema chegou a R$ 600 mil em prejuízo para o Estado. O grupo foi autuado pelos crimes de falsificação de documento particular, falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, uso de documento falso, falso testemunho e peculato.

O delegado ainda responde a processo na Justiça sobre o caso, mas em 2018 foi condenado por crime de estelionato, praticado junto com uma das mulheres acusadas também no caso do Ipern. Ambos recorreram da decisão.

fonte: G1

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