terça-feira, julho 14, 2020

Polícia ambiental resgata cobra asiática criada irregularmente em Natal

A Companhia de Proteção Ambiental da Polícia Militar (Cipam/PM) apreendeu cinco cobras em duas ocorrências diferentes em Natal e no interior, na cidade de Lagoa de Velhos, na Borborema potiguar. As operações ocorreram entre a tarde e a noite de segunda-feira (13).

Serpente píton albina — Foto: PMRN/Divulgação
Serpente píton albina — Foto: PMRN/Divulgação

Por volta das 15h, os policiais receberam uma denúncia de que um homem estaria criando irregularmente animais silvestres em casa, no bairro Alecrim, Zona Leste de Natal. No local, a Cipam encontrou duas serpentes: uma jiboia e uma píton albina. Os animais foram levados para a Delegacia Especializada em Defesa ao Meio Ambiente (Deprema).

Jiboia também foi apreendida pelos policiais — Foto: PMRN/Reprodução
Jiboia também foi apreendida pelos policiais — Foto: PMRN/Reprodução

A píton só é encontrada no Brasil quando criada em cativeiro, isso porque sua origem é asiática e só pode pertencer a alguém sob autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A espécie, que não é venenosa, também pode ser encontrada em regiões pantanosas da Europa.

O criador não tinha autorização para criar o animal. Como a cobra é exótica, ou seja, não faz parte da nossa fauna, ela não pode ser solta na natureza. O caso será investigado pela Polícia Civil para tentar identificar a origem do bicho.

"O perigo de criar animais exóticos, não só serpentes, é que esse animal não está habituado com a fauna local. Então, por isso, ele vai tentar se adaptar. Nessa tentativa de adaptação ele poderá agredir outros animais - que em teoria não teriam predadores - para manter a alimentação, o que gera um desequilíbrio em cadeia no nosso ecossistema", explicou o médico veterinário Nailson Carvalho, que também é presidente da comissão de animais silvestres do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/RN).

Já em Lagoa de Velhos, a polícia apreendeu outras três cobras da espécie jararaca que ficaram sob cuidados da polícia ambiental. Os animais silvestres resgatados foram encaminhados para avaliação veterinária e estão em posse do Ibama.

Os dois responsáveis pelas cobras foram conduzidos para a delegacia, onde assinaram um Termo de Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.

Jararacas foram levadas para o Ibama — Foto: PMRN/Reprodução
Jararacas foram levadas para o Ibama — Foto: PMRN/Reprodução

Lei ambiental
Tirar um animal selvagem (ou silvestre) de seu habitat prejudica a ele, aos animais que dependem dele e ao equilíbrio do ecossistema. Por isso, a Lei de Crimes Ambientais proíbe a captura, venda e também a aquisição de animais selvagens sem a devida permissão do Ibama. A venda ou a guarda irregular de animais silvestres pode ser denunciada gratuitamente pela Linha Verde do Ibama: 0800 61 8080.

A polícia ambiental orienta que qualquer pessoa que encontre um animal silvestre, como a cobra jararaca, por exemplo, jamais deva tentar capturá-lo, machucá-lo ou matá-lo. A Cipam deve ser acionada por meio do 190.

Criação irregular de animais silvestres
Há uma semana, no dia 7 de julho, um estudante de medicina veterinária, morador do Distrito Federal, foi picado por uma cobra da espécie naja, considerada uma das mais venenosas do mundo. Assim como a píton albina, a naja é uma espécie exótica e não pertence a fauna brasileira.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) informou que abriu um inquérito para investigar Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos que criava a naja em casa. Ele é suspeito de tráfico de animais. A polícia apreendeu outras 16 cobras que pertenceriam ao estudante.

Fonte: G1

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