quinta-feira, julho 09, 2020

Cerca de 80% dos detentos do presídio de Manhumirim, em Minas Gerais, estão com Covid-19

Lucas Morais, de 28 anos, foi preso por tráfico de drogas com menos de dez gramas de maconha e estava há quase dois anos no Presídio de Manhumirim, na Zona da Mata de Minas Gerais, à espera de um julgamento. Ele passou mal no sábado (4) e morreu no mesmo dia. A causa da morte no atestado de óbito é Covid-19. Como o teste feito foi o rápido, o caso ainda é considerado como suspeito.

Atestado de óbito de Lucas Morais — Foto: Felipe Peixoto/Arquivo pessoal
Atestado de óbito de Lucas Morais — Foto: Felipe Peixoto/Arquivo pessoal

“Ele era saudável. Nenhuma doença preexistente. Desmaiou pela manhã e depois morreu”, disse o advogado Felipe Peixoto que cuidava do caso de Lucas.
É a primeira morte suspeita por Covid-19 no presídio de Manhumirim, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Dos cerca de 200 presos, 159 testaram positivo para a doença. Há dez dias, o número de contaminados era 43.

“As alas em que se encontram foram isoladas, desinfectadas e todos servidores e demais detentos do local usam máscaras de forma preventiva”, disse o órgão em nota.

O presídio concentra quase a metade dos presos infectados nas cadeias de Minas Gerais. Até esta quarta-feira (8), 324 detentos no estado estavam doentes. O sistema prisional em Minas Gerais tem 60 mil presos.


Em nota, o Tribunal de Justiça, seguindo orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), recomendou (por meio de portaria) aos juízes de execução penal que, “durante a pandemia, concedessem, sempre que possível a prisão domiciliar”. Dos 324 detentos doentes, cinco estão cumprindo a pena em casa. Um deles está internado.

Até o momento, três presos morreram por coronavírus. As mortes aconteceram no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte; no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, e no Presídio Floramar, em Divinópolis.

Fonte: G1

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