segunda-feira, junho 08, 2020

“Não se deve politizar o isolamento”, diz prefeito de Macau ao falar de lockdown

Em entrevista à radio 97 FM, na manhã desta segunda-feira (8), o prefeito de Macau, Túlio Lemos, falou sobre as medidas recentes de enfrentamento à pandemia do coronavírus na cidade. No último fim de semana, o município, junto a outros dois da região Salineira do estado (Guamaré e Pendências), decretaram lockdown para tentar frear a crise sanitária. A nova determinação começou a valer na manhã de hoje.

Túlio Lemos concedeu entrevista na manhã desta segunda (8) à rádio 97 FM

“O isolamento social não estava sendo respeitado em Macau. Nós estávamos bem abaixo do ideal, com uma média de cumprimento de aproximadamente 35%, apesar das medidas de conscientização tomadas desde o início, com a circulação de carro de som nas ruas, campanhas na rádio e nas redes sociais”, disse.

O prefeito acrescentou que o isolamento é a forma mais eficaz de enfrentar a crise e que não se deve politizá-lo. “A classe política deve deixar de politizar o isolamento social e tratá-lo baseado nas orientações médicas. Até hoje, no mundo inteiro, o que se diz é: o distanciamento é a medida mais eficaz para evitar a contaminação pelo coronavírus.”

Túlio explicou que a fiscalização para o cumprimento à nova medida em Macau acontece com o apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal. O lockdown tem como objetivo evitar a circulação de pessoas nas ruas da cidade.

“Os idosos de Macau estão respeitando o isolamento social, porém, netos e filhos vão às ruas, se contaminam, e quando voltam para casa contaminam os mais velhos. Somente de sexta até ontem, nós perdemos dois idosos, na faixa de 80 a 85 anos, justamente por isso”, alertou.

Situação preocupante

A situação em Macau é preocupante. O boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura neste domingo (7) aponta que a cidade tem mais de 400 notificações relacionadas à Covid-19. São 98 casos confirmados e 4 óbitos em decorrência da infecção.

Segundo o prefeito Túlio Lemos, no sábado (6) o Hospital Antônio Ferraz, na cidade, não tinha mais leitos de enfermaria disponíveis. Para tentar resolver esse gargalho, o prefeito afirmou que será concluída, nesta segunda, a montagem de um hospital de campanha, com 20 leitos.

“Montamos o hospital de campanha para isolar casos suspeitos e impedir que pacientes sintomáticos voltem para casa. Se tiver o quadro agravado, vai para o Antônio Ferraz, que está com 4 leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários), que são quase iguais, mas com uma pequena diferença, dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Estes exigem um protocolo de presença física de profissionais que nós não temos no interior. Temos médico intensivista, plantonista, mas não temos o médico específico para ficar na UTI”, explicou Túlio.

 “Na UCI, os equipamentos são capazes de estabilizar o paciente em estado muito grave para que ele possa ser removido em segurança para uma UTI em Natal ou em outra cidade”, acrescentou.

Túlio disse ainda que um hotel na Praia de Camapum servirá como centro de isolamento social para pessoas com suspeita da doença. “Nós locamos um hotel com 22 apartamentos para serem transformados em leitos. Serão usados para pacientes com suspeitas ou casos confirmados de Covid-19, mas que não estejam em estado grave”.

Outra medida adotada pela Prefeitura, é a utilização de dois caminhões com máquinas de lava-jato para pulverizar ruas, calçadas e locais de grande concentração de pessoas. A pulverização acontece por meio de um concentrado, inofensivo ao ser humano. De acordo com o prefeito, os caminhões começaram a circular pelas ruas da cidade na manhã desta segunda.

Fonte: Agora RN

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