quarta-feira, setembro 18, 2019

Em falta no RN, vacina pentavalente só deve normalizar em novembro

A vacina pentavalente, responsável por proteger recém-nascidos contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B, está em falta no Rio Grande do Norte e em todo o país. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap), o último lote foi recebido em julho, já em quantidade reduzida, de 6.700 doses. A previsão do Ministério da Saúde é de que a situação se normalize apenas em novembro.

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Rosângela Melo, técnica de enfermagem da unidade de saúde das Rocas, afirma que são cerca de 20 doses aplicadas por dia 

“Está em falta desde o final do mês de julho. A gente sempre recebe do mês anterior para repor do mês posterior. Recebe julho para abastecer o mês de agosto. Em julho, recebemos uma  quantidade reduzida, apenas 6.700 doses, quando normalmente recebemos uma média mensal de 10 a 12 mil.  Em agosto não recebemos nada.”, disse Katiuscia Rosalie, coordenadora do programa estadual de imunização da Sesap. 

A pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas doenças ao mesmo tempo. Crianças de 2, 4 e 6 meses de vida devem tomar a vacina, em três dosagens.


O Ministério da Saúde confirmou à TRIBUNA DO NORTE que as doses estão em falta em virtude de que a última vacina adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) “foi reprovada em teste de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”. 

A pasta acrescentou ainda que “não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo”, mas que já trabalha em reposição. Um contingente de 6,6 milhões de doses foram compradas e começaram a chegar de forma escalonada em agosto. 


“Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde fará uma busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade entre os meses de agosto e novembro para vaciná-las”, reforçou a nota.

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal disse que recebeu o último lote em agosto, de 541 doses. Na Unidade Básica de Saúde das Rocas, a técnica em enfermagem Rosângela Melo disse que, quando dispunha da vacina, a média era de 15 a 20 aplicações por dia. “É o dia todo procurando. As pessoas vêm atrás da vacina do sarampo e já querem saber da pentavalente”, explica, alertando que orienta pais e mães a virem em outubro em busca da vacina.


A reportagem ligou para três clínicas da rede privada que oferecem vacinas em Natal. Todas dispunham da pentavalente e os preços variam entre R$ 240 e R$ 250. 

Mesmo com a dificuldade, a coordenadora Katiuscia Rosalie garantiu que o público-alvo vai ser vacinado e que a orientação dada aos profissionais de saúde dos municípios é para fazerem o agendamento dos que procurarem neste período de falta. 


O Ministério da Ssaúde e a Sesap ressaltaram ainda que as doenças que a pentavalente cobre não ensejam emergência epidemiológica.  “A gente tem controle epidemiológico, são doenças que não estamos passando por surto ou algo do tipo”, disse Katiuscia. 

Aliado a essas questões, as duas instituições afirmam que há estoques nacionais suficientes para a realização de bloqueios vacinais, caso surtos inesperados aconteçam. Mesmo tendo o estoque zerado para esta dose, Katiuscia informa que caso o Estado precise, a solicitação será feita ao ministério. 

Cobertura 
A cobertura vacinal da pentavalente ainda é considerada baixa pelas autoridades no Rio Grande do Norte. Um boletim disponibilizado pela Sesap na quinta-feira (12), tabulados até o dia 11 de setembro, deu conta de que o RN atingiu apenas 60,61%, até o momento, quando o ideal é 95% do público-alvo, que são crianças de 2 a 6 meses, que tem doses aplicadas em três vezes.

A região com maior índice de cobertura é a de Pau dos Ferros, com 84,71%. A região de Açu vem logo em seguida, com 75.88%. 

No ano passado, a cobertura também não foi satisfatória. O total foi de 88,67% no Estado, e apenas uma regional de saúde conseguiu atingir a meta estabelecida, que foi a de Caicó, com índice de 97,41%. As áreas de Santa Cruz (92,41%),  Pau dos Ferros (91,22%) e a Metropolitana (92,07%) aparecem logo em seguida. 
O que
A vacina: A pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas doenças ao mesmo tempo. 

Quem deve tomar: crianças aos 2, aos 4 e aos 6 meses de vida.

Quem não pode:  Crianças com 7 anos ou mais de idade.

Após reações em dose anterior, como moleza e palidez nas primeiras 48 horas, convulsões nas primeiras 72 horas, reações alérgicas nas primeiras duas horas e encefalopatia aguda nos primeiros sete dias após a vacinação. 

Quais doenças a pentavalente previne: A vacina garante a proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta.

Fonte: Tribuna do Norte

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