domingo, agosto 04, 2019

Transferência de presos envolvidos no massacre em presídio do Pará é concluída

Os últimos presos envolvidos no massacre do presídio de Altamira que esperavam transferência chegaram a Belém no início da tarde deste sábado (3). Eles foram transportados em dois aviões, com quatro detentos em cada um. Todos saíram de Marabá, no sudeste paraense, onde passaram por audiências de custódia e a homologação das prisões preventivas para o inquérito que apura as mortes de quatro detentos no caminhão cela.

As transferências tiveram início na sexta-feira (2), mas foram interrompidas no início da noite por medida de segurança. A primeira aeronave pousou na capital paraense às 11h58 e a segunda, às 12h20. A operação foi finalizada com o deslocamento dos detentos para presídios da região metropolitana de Belém.

"Nós concluímos a transferência dos 26 detentos vindos de Altamira para Belém, feitas em aeronaves do governo do Estado. Várias ações e voos foram realizados cumprindo todo o procedimento estabelecido de segurança aeronáutica, com policiais, algemamento e tudo transcorreu dentro da normalidade", disse o secretário de Segurança Pública do Estado, Ualame Machado.

Segup conclue transferência de presos envolvidos no massacre do presídio de Altamira — Foto: Bruno Cecim / Agência Pará
Segup conclue transferência de presos envolvidos no massacre do presídio de Altamira — Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. Na segunda-feira (29), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram a cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.

Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.

Outros quatro presos morreram foram mortos durante o transporte para Belém. Com isso, o número de mortos chegou a 62.

Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 308 custodiados no regime fechado. De acordo com a Susipe, a capacidade máxima da unidade é de 208 internos.

Fonte: G1

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