sexta-feira, março 30, 2018

Papa Francisco lava os pés de presos não católicos nesta Quinta-Feira Santa

Papa Francisco lava e beija pés de presos não católicos nesta quinta-feira (29) em prisão de Roma (Foto: Vatican Media via AP)O Papa Francisco celebrou mais uma vez a missa da Quinta-Feira Santa em uma prisão fazendo a cerimônia do lava-pés com 12 presos, entre eles dois muçulmanos, um judeu ortodoxo e um budista. Durante a visita, disse que está com catarata e que espera ser operado no ano que vem.

Depois de uma breve reunião particular com os presos doentes, o Papa celebrou durante a tarde a missa da Última Ceia e o rito da lavagem de pés com doze detentos da prisão de Regina Coeli. Na tradição cristã, a Quinta-Feira Santa comemora o dia em que Jesus lavou os pés dos apóstolos e celebrou a instituição da Eucaristia na Última Ceia, uma noite antes de sua morte.

"Cada um tem a oportunidade de mudar de vida e não tem de ser julgado", enfatizou o Papa depois de acrescentar que ele próprio se considera um pecador, em uma homilia transmitida pela rádio Vaticano.

Conservadores já o criticaram por incluir mulheres e não-cristãos nesse rito.

Papa Francisco acena para padres e religiosos de Roma antes de missa da Quinta-Feira Santa na Basílica de São Pedro (Foto: Vatican Media via AP)
Papa Francisco acena para padres e religiosos de Roma antes de missa da Quinta-Feira Santa na Basílica de São Pedro (Foto: Vatican Media via AP)

O Papa, de 81 anos, respondeu a palavras do diretor da instituição sobre a necessidade de ter uma visão de longo prazo sobre a reabilitação dos presos.

"Isso é bom", disse o papa. "Porque, na minha idade, por exemplo, a catarata chega e não se consegue enxergar a realidade bem. Ano que vem terei que operar."

A catarata embaça as lentes naturais dos olhos e é um mal comum em idosos. A cirurgia para corrigir o problema é considerada de rotina e tem alta taxa de sucesso.

Pouco antes de deixar a prisão, o Papa disse que a pena de morte deveria ser abolida por não ser cristã nem humanitária.

"Uma punição que não esteja aberta à esperança não é cristã nem humanitária", afirmou. "Toda punição tem que estar aberta ao horizonte da esperança, e por isso a pena de morte não é cristã nem humanitária."

Durante a manhã, na tradicional missa na basílica de São Pedro, diante de padres e religiosos de Roma, o Papa recomendou que sejam "sacerdotes de rua" e estejam mais disponíveis para os fiéis.

Inferno
Nesta quinta o jornal italiano "La Repubblica" publicou uma entrevista em que o Papa Francisco teria dito que "o inferno não existe". O Vaticano desmente a afirmação.

"O inferno não existe, o desaparecimento das almas dos pecadores existe", teria dito o pontífice a Eugenio Scalfari, 93, fundador e ex-editor-chefe do jornal romano. O artigo só pode ser lido na internet por assinantes, mas foi repercutido pelo inglês "The Times".

Em nota, o Vaticano afirma que Francisco recebeu o jornalista em um "encontro privado por ocasião da Páscoa", mas que a audiência não se tratava de uma entrevista. Diz também que as falas do Papa são uma "reconstrução" do repórter. "Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre", diz o comunicado.

Scalfari, que se declara ateu, já teve outros encontros com o Papa Francisco. Em setembro de 2013, o próprio pontífice escreveu uma carta ao jornal, respondendo a um artigo de Scalfari, na qual fala sobre a relação da igreja com os "não crentes". "Deus perdoa quem segue a própria consciência", disse o Papa na época, sobre os ateus.

Fonte: G1

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